JESUS E O SÁBADO
(MC 2.23-28)
INTRODUÇÃO
No Velho Testamento, Deus
ordenou aos israelitas que santificassem o dia do sábado e não trabalhassem
nesse dia. Segundo a tradição judaica (a Mishna), efetuar uma colheita (o que os discípulos de Jesus estavam
fazendo) era proibido no sábado. Por isso, os fariseus indagam Jesus acerca da
ação dos discípulos em colher as espigas. Jesus relembra a atitude de Davi em comer
os pães da Presença, demonstrando que as duas ações, foram praticadas por
homens piedosos, que compreendiam que praticar o bem e salvar vidas era o
verdadeiro espírito da lei.
VERDADES ACERCA DESSE ASSUNTO
1) CUIDADO
COM O LEGALISMO E AS TRADIÇÕES
A tradição
judaica tinha multiplicado de tal maneira as exigências e restrições para a
guarda do sábado, que se tornara um fardo insustentável. De forma legalista, os
judeus sustentavam suas tradições, impondo para a população 613 leis que diziam
terem sido dadas por Deus.
Em Mateus 15.6
Jesus disse que, “por causa da tradição, vocês anulam a palavra de Deus”.
Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês,
dizendo:
‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está
longe de mim.
Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras
ensinadas por homens’".
Mateus 15:7-9
O capítulo 23 de
Mateus é dedicado à censura da hipocrisia dos fariseus e dos mestres da lei –
os sucessores autorizados de Moisés como mestres – aqueles que se assentavam na
cadeira de Moisés. Jesus não criticou a observação das minúcias da lei, mas a
hipocrisia de suas ações. Os fariseus estavam tão preocupados com as tradições
que se esqueceram do verdadeiro propósito da Lei.
O profeta Isaías
também criticou os hipócritas:
O Senhor diz: "Esse povo se aproxima de mim com a
boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração
que me prestam só é feita de regras ensinadas por homens.”
Isaías 29.13
Jesus aplicou as palavras do profeta
àqueles líderes religiosos. Quando afirmamos que honramos a Deus, mas o nosso
coração está longe dEle, o culto que prestamos nada significa. Na adianta agir
com religiosidade, nossas ações devem ser sinceras para com Deus.
2) NÃO
SUPERVALORIZE COISAS ACIMA DAS PESSOAS
Veja o que diz Lucas 6.9:
Jesus lhes disse: "Eu lhes pergunto: o que é
permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar a vida ou destruí-la? "
Lucas 6:9
Jesus havia
suportado ataques e interrogatórios por parte dos fariseus. Por diversas vezes
foi indagado acerca de operar curas no sábado. Neste episódio, conhecendo Jesus
o que se passava na mente dos fariseus, toma a iniciativa e questiona a todos
da sinagoga o que era lícito fazer no sábado. Fazer o bem era essencial,
segundo a ótica de Jesus. O propósito de Deus sempre foi fazer da humanidade,
filhos que vivessem de forma amorosa e benigna. Desta forma, nada no mundo vale
mais que uma alma. O homem vale mais do que ritos sagrados. Jesus morreu foi
para salvar almas libertando-as do legalismo. Para Jesus uma alma vale o custo
de sua própria vida.
3) O
PROPÓSITO DO SÁBADO (EX 20.8-11)
A maioria dos
fariseus estava tão envolvida com suas leis e tradições humanas que havia
perdido a noção do que era bom e direito. Em Marcos 3.4, percebemos que Jesus deixou
implícito que o sábado era um dia para se fazer o bem. Deus havia concedido o
sábado para ser o dia do repouso e da adoração; a preocupação com esse repouso
não deveria impedir alguém de ajudar os outros. Não permita que o seu dia de
repouso e adoração se transforme em um período de egoísmo e negligência! (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. São
Paulo: CPAD, 1995, p.1293)
Jesus deixou
de lado as tradições e enfatizou o verdadeiro propósito do sábado: um dia que
Deus planejou para o bem do homem e, segundo a Bíblia NVI, para a restauração
espiritual, mental e física.
Segundo Fisher,
“o dia do sábado era uma sombra da realidade espiritual trazida por Cristo
(Colossenses 2:16-17). O sábado
significa descanso e libertação do trabalho:
Cristo trouxe o descanso e a libertação do pecado. Jesus é o descanso para o qual a sombra do
sábado apontava (Mateus 11:28-30). Mesmo
a libertação e o descanso que Jesus nos dá agora são apenas uma antecipação do
descanso verdadeiro que os cristãos experimentarão no céu (Hebreus 4:9).”
4) JESUS
É SENHOR DO SÁBADO
Jesus tem
autoridade de lidar soberanamente com as leis acerca do sábado, sobretudo no
que diz respeito à interpretação dos fariseus, por isso, quando Jesus afirmou
ser o “Senhor do sábado”, o que podemos compreender é que, ele tinha autoridade
para revogar as tradições e os regulamentos estabelecidos pelos fariseus,
porque, sendo Ele Deus, havia instituído o sábado. O Criador tem total
autoridade sobre toda a criação.
CONCLUSÃO
O Evangelho de Jesus Cristo abre as portas
para todos os prisioneiros do legalismo, demonstrando que o senhorio de Cristo
traz liberdade e não escravidão. Muitas tradições
não são más em si mesmas, e podem acrescentar maior significado e riqueza à
nossa vida, mas não devemos admitir que, por nossas tradições terem sido
observadas durante anos, devem ser elevadas à mesma condição das Escrituras. Os
princípios de Deus são imutáveis e a sua lei não precisa de nenhum tipo de
complemento. As tradições servem para nos ajudar a compreender melhor as leis
de Deus, não para se transformarem em outros mandamentos. Cuidado com o
legalismo e as tradições. Malcon Smith definiu o legalismo como: “Um caldo
mortífero, quem dele se nutre adoece e morre. O legalismo é uma ameaça à
igreja, pois dá mais valor à forma do que a essência, mais importância à
tradição do que a verdade, valoriza mais os ritos religiosos do que o amor. O
legalismo veste-se com uma capa de ortodoxia, mas em última análise, não é a
verdade de Deus que defende, mas seu tradicionalismo conveniente.” Lembre-se de
que Jesus é o Senhor do sábado e foi para a liberdade que Cristo nos libertou.
Em Cristo,
Miss. Daniela F. Ferreira