terça-feira, 28 de março de 2017

ESTUDO 14 DE MARCOS


JESUS E O SÁBADO
 (MC 2.23-28)

INTRODUÇÃO

No Velho Testamento, Deus ordenou aos israelitas que santificassem o dia do sábado e não trabalhassem nesse dia. Segundo a tradição judaica (a Mishna), efetuar uma colheita (o que os discípulos de Jesus estavam fazendo) era proibido no sábado. Por isso, os fariseus indagam Jesus acerca da ação dos discípulos em colher as espigas. Jesus relembra a atitude de Davi em comer os pães da Presença, demonstrando que as duas ações, foram praticadas por homens piedosos, que compreendiam que praticar o bem e salvar vidas era o verdadeiro espírito da lei.


VERDADES ACERCA DESSE ASSUNTO


1)      CUIDADO COM O LEGALISMO E AS TRADIÇÕES

A tradição judaica tinha multiplicado de tal maneira as exigências e restrições para a guarda do sábado, que se tornara um fardo insustentável. De forma legalista, os judeus sustentavam suas tradições, impondo para a população 613 leis que diziam terem sido dadas por Deus.
Em Mateus 15.6 Jesus disse que, “por causa da tradição, vocês anulam a palavra de Deus”.

Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo:
‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens’".
Mateus 15:7-9

O capítulo 23 de Mateus é dedicado à censura da hipocrisia dos fariseus e dos mestres da lei – os sucessores autorizados de Moisés como mestres – aqueles que se assentavam na cadeira de Moisés. Jesus não criticou a observação das minúcias da lei, mas a hipocrisia de suas ações. Os fariseus estavam tão preocupados com as tradições que se esqueceram do verdadeiro propósito da Lei.
O profeta Isaías também criticou os hipócritas:

O Senhor diz: "Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam só é feita de regras ensinadas por homens.”
Isaías 29.13

Jesus aplicou as palavras do profeta àqueles líderes religiosos. Quando afirmamos que honramos a Deus, mas o nosso coração está longe dEle, o culto que prestamos nada significa. Na adianta agir com religiosidade, nossas ações devem ser sinceras para com Deus.


2)      NÃO SUPERVALORIZE COISAS ACIMA DAS PESSOAS

Veja o que diz Lucas 6.9:

Jesus lhes disse: "Eu lhes pergunto: o que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar a vida ou destruí-la? "
Lucas 6:9

Jesus havia suportado ataques e interrogatórios por parte dos fariseus. Por diversas vezes foi indagado acerca de operar curas no sábado. Neste episódio, conhecendo Jesus o que se passava na mente dos fariseus, toma a iniciativa e questiona a todos da sinagoga o que era lícito fazer no sábado. Fazer o bem era essencial, segundo a ótica de Jesus. O propósito de Deus sempre foi fazer da humanidade, filhos que vivessem de forma amorosa e benigna. Desta forma, nada no mundo vale mais que uma alma. O homem vale mais do que ritos sagrados. Jesus morreu foi para salvar almas libertando-as do legalismo. Para Jesus uma alma vale o custo de sua própria vida.


3)      O PROPÓSITO DO SÁBADO (EX 20.8-11)

A maioria dos fariseus estava tão envolvida com suas leis e tradições humanas que havia perdido a noção do que era bom e direito. Em Marcos 3.4, percebemos que Jesus deixou implícito que o sábado era um dia para se fazer o bem. Deus havia concedido o sábado para ser o dia do repouso e da adoração; a preocupação com esse repouso não deveria impedir alguém de ajudar os outros. Não permita que o seu dia de repouso e adoração se transforme em um período de egoísmo e negligência! (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. São Paulo: CPAD, 1995, p.1293)

Jesus deixou de lado as tradições e enfatizou o verdadeiro propósito do sábado: um dia que Deus planejou para o bem do homem e, segundo a Bíblia NVI, para a restauração espiritual, mental e física.
Segundo Fisher, “o dia do sábado era uma sombra da realidade espiritual trazida por Cristo (Colossenses 2:16-17).  O sábado significa descanso e libertação do trabalho:  Cristo trouxe o descanso e a libertação do pecado.  Jesus é o descanso para o qual a sombra do sábado apontava (Mateus 11:28-30).  Mesmo a libertação e o descanso que Jesus nos dá agora são apenas uma antecipação do descanso verdadeiro que os cristãos experimentarão no céu (Hebreus 4:9).”


4)      JESUS É SENHOR DO SÁBADO

Jesus tem autoridade de lidar soberanamente com as leis acerca do sábado, sobretudo no que diz respeito à interpretação dos fariseus, por isso, quando Jesus afirmou ser o “Senhor do sábado”, o que podemos compreender é que, ele tinha autoridade para revogar as tradições e os regulamentos estabelecidos pelos fariseus, porque, sendo Ele Deus, havia instituído o sábado. O Criador tem total autoridade sobre toda a criação.


CONCLUSÃO



 O Evangelho de Jesus Cristo abre as portas para todos os prisioneiros do legalismo, demonstrando que o senhorio de Cristo traz liberdade e não escravidão.  Muitas tradições não são más em si mesmas, e podem acrescentar maior significado e riqueza à nossa vida, mas não devemos admitir que, por nossas tradições terem sido observadas durante anos, devem ser elevadas à mesma condição das Escrituras. Os princípios de Deus são imutáveis e a sua lei não precisa de nenhum tipo de complemento. As tradições servem para nos ajudar a compreender melhor as leis de Deus, não para se transformarem em outros mandamentos. Cuidado com o legalismo e as tradições. Malcon Smith definiu o legalismo como: “Um caldo mortífero, quem dele se nutre adoece e morre. O legalismo é uma ameaça à igreja, pois dá mais valor à forma do que a essência, mais importância à tradição do que a verdade, valoriza mais os ritos religiosos do que o amor. O legalismo veste-se com uma capa de ortodoxia, mas em última análise, não é a verdade de Deus que defende, mas seu tradicionalismo conveniente.” Lembre-se de que Jesus é o Senhor do sábado e foi para a liberdade que Cristo nos libertou.


Em Cristo,

Miss. Daniela F. Ferreira