segunda-feira, 17 de abril de 2017

ESTUDO 17 DE MARCOS

A ESCOLHA DOS DISCÍPULOS
(MC 3.13-19)


Jesus subiu a um monte e chamou a si aqueles que ele quis, os quais vieram para junto dele. Escolheu doze, designando-os como apóstolos, para que estivessem com ele, os enviasse a pregar e tivessem autoridade para expulsar demônios. Estes são os doze que ele escolheu: Simão, a quem deu o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que significa filhos do trovão; André; Filipe; Bartolomeu; Mateus; Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Tadeu; Simão, o zelote, e Judas Iscariotes, que o traiu.

Marcos 3:13-19


INTRODUÇÃO

Dentre os vários discípulos, Jesus escolhe apóstolos. De forma surpreendente, proposital e graciosa a escolha é feita de forma certeira. A oportunidade de trabalho na seara de Deus foi dada a homens totalmente diferentes, sem nenhum dom especial. Jesus ora ao Pai e efetua a sua escolha. Com esses homens Jesus vai mudar o mundo!


1)    JESUS CHAMA COOPERADORES PARA SUA OBRA DE TRÊS MANEIRAS:

I.          Chamada para a salvação (João 1.35-51)

II.         Chamada para o discipulado (Marcos 1. 16-20)

III.        Chamada para o apostolado (Marcos 3.14-21)

2)    OS APÓSTOLOS FORAM ESCOLHIDOS DENTRE OS DISCÍPULOS

A palavra “discípulos” se refere a um “aprendiz” ou “seguidor”. A palavra “apóstolo” se refere a “alguém que é enviado”. Jesus ensinou através de um discipulado, e depois, quando estavam preparados foram enviados.


3)    EXISTEM CRITÉRIOS PARA SER APÓSTOLO.

Segundo o pastor Hernandes Dias Lopes: “Jesus só teve doze apóstolos. Os apóstolos foram os instrumentos para receberem a revelação de Deus e foram inspirados por Deus para o registro das Escrituras. Não há sucessão apostólica. Os apóstolos não tiveram sucessores depois que morreram. Um apóstolo precisava ter visto a Cristo ressurreto (1Co 9.1) e ter sido chamado pelo próprio Cristo (Ef 4.11). Os apóstolos receberam poder especial para realizar milagres como prova da sua credencial (At 2.43; 5.12; 2Co 12.12; Hb 2.1-4).”

4)    A ESCOLHA DOS APÓSTOLOS NÃO LEVOU EM CONSIDERAÇÃO MÉRITOS HUMANOS

A lista dos escolhidos por Jesus para serem apóstolos não é muito impressionante do ponto de vista humano. Jesus escolheu homens comuns, iletrados, sem riquezas, sem prestígio social. Homens com ideologias diferentes, temperamentos diferentes, de lugares diferentes e profissões diferentes. Não eram heróis, mas homens carregados de limitações. Não foi uma escolha baseada nos méritos humanos, mas na misericórdia e na graça de Deus.

William Hendriksen diz que o que realça a grandeza de Jesus é que Ele escolheu homens como esses, e os uniu numa comunidade impressionadamente influente, que provaria ser não somente um elo digno com o passado de Israel, mas também um fundamento sólido para a igreja do futuro. Jesus foi capaz de juntar ao redor de si, e unir em uma família, homens de criação e temperamento diferentes, às vezes, completamente opostos. Incluídos nesse pequeno bando estava Pedro, o otimista (Mt 14.28; 26.33,35), mas também estava Tomé, o pessimista (Jo 11.16; 20.24,25); Simão, o zelote, inflamado com o alvo de derrubar o poderio romano; mas também Mateus, que era um funcionário do governo, um coletor de impostos. Pedro, João e Mateus que estavam destinados a se tornarem famosos pelos seus escritos, mas também Tiago, o menor, que permanece obscuro e deve ter cumprido a sua missão.

Os discípulos foram assim descritos por Hernandes Dias Lopes:

Pedro. Chamado Simão, era um pescador por profissão. Era de Betsaida (Jo 1.44), mas morava em Cafarnaum (1.21,29). Era um homem que falava sem pensar. Era inconstante, contraditório e temperamental. No início, não era um bom modelo de firmeza e equilíbrio. Ao contrário, ele estava constantemente mudando de um extremo para outro. William Hendriksen diz que ele mudou da confiança para a dúvida (Mt 14.28,30); de uma profissão de fé clara em Jesus Cristo para a negação desse mesmo Cristo (Mt 16.16,22); de uma declaração veemente de lealdade para uma negação vexatória (Mt 26.33-35,69-75; Mc 14.29-31,66-72; Lc 22.33,54-62); de “nunca me lavarás os pés” para “não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça” (Jo 13.8,9). Vivia sempre nos limites extremos, ora fazendo grandes declarações: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”; ora repreendendo a Cristo. Pedro fazia promessas ousadas sem poder cumpri-las: “Por ti darei minha vida”, logo depois negou a Cristo. Pedro, o homem que fala sem pensar, que repreende a Cristo, que dorme na batalha, que foge e segue a Cristo de longe, que nega a Cristo. Mas Jesus chama pessoas não por aquilo que elas são, mas por aquilo que elas virão a ser em suas mãos.

Tiago e João. Eles eram explosivos, temperamentais, filhos do trovão. Um dia pediram a Jesus para mandar fogo do céu sobre os samaritanos. Eles eram também gananciosos e amantes do poder. A mãe deles pediu a Jesus um lugar especial para eles no Reino. Tiago foi o primeiro a receber a coroa do martírio (At 12.2). Enquanto ele foi o primeiro a chegar ao céu, o seu irmão, João, foi o último a permanecer na terra. Enquanto Tiago não escreveu nenhum livro da Bíblia, João escreveu cinco livros: o evangelho, três epístolas e o Apocalipse.

André. Era um homem que sempre trabalhava nos bastidores. Foi ele quem levou seu irmão Pedro a Cristo. Foi ele quem disse para Natanael sobre Jesus. Foi ele quem levou o garoto com um lanche a Jesus.

Filipe. Era um homem cético, racional. Quando Jesus perguntou: “Onde compraremos pães para lhes dar a comer?” (Jo 6.5). Ele respondeu: “Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço” (Jo 6.7). Ele disse: o problema não é ONDE? Mas QUANTO? Quando Jesus estava ministrando a aula da saudade, no Cenáculo, no último dia, Filipe levanta a mão no fundo da classe e pergunta: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta” (Jo 14.8).

Bartolomeu. Era um homem preconceituoso. Foi ele quem perguntou: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1.46).

Mateus. Era empregado do império romano, um coletor de impostos. Era publicano, uma classe repudiada pelos judeus. Tornou-se o escritor do evangelho mais conhecido no mundo.

Tomé. Era um homem de coração fechado para crer. Quando Jesus disse: “E vós sabeis o caminho para onde eu vou” (Jo 14.4), Tomé respondeu: “Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho?” (Jo 14.5). Tomé não creu na ressurreição de Cristo e disse, “[...]se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o meu dedo, e não puser minha mão no seu lado, de modo algum acreditarei” (Jo 20.25). Contudo, quando o Senhor ressurreto apareceu a ele, Tomé prostrou-se em profunda devoção e disse: “Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28).

Tiago filho de Alfeu e Tadeu. Nada sabemos desses dois apóstolos. Eles faziam parte do grupo. Eles pregaram, expulsaram demônios, mas nada sabemos mais sobre eles. Eles não se destacaram.

Simão, o zelote. Ele era membro de uma seita do judaísmo extremamente nacionalista. Os zelotes eram aqueles que defendiam a luta armada contra Roma. Eles eram do partido de esquerda radical. Ele estava no lado oposto de Mateus. Estavam em lados radicalmente opostos. Os zelotes opunham-se ao pagamento de tributos a Roma e promoviam rebeliões contra o governo romano.

Judas Iscariotes. Era natural da vila de Queriot, localizada no sul da Judéia. Era o único apóstolo não galileu. Ocupou um lugar de confiança dentro do grupo. Era o tesoureiro do grupo e administrador do patrimônio do “colégio apostólico”, mas ele não era convertido. Ele era ladrão e roubava da bolsa (Jo 12.6). Ele vendeu o seu Senhor por trinta moedas de prata. Judas era mesquinho, infiel, avarento, traidor e diabólico. Judas foi um instrumento do diabo (Jo 6.70,71). Depois de ter recebido as trinta moedas de prata como uma recompensa para entregar a Jesus (14.10,11), Judas ainda teve chance de arrepender-se, pois Jesus disse ao grupo apostólico: “Um dentre vós me trairá” (Mt 26.21). Mas ele ainda teve a audácia de perguntar a Jesus: “Porventura, sou eu”? (14.19). Judas serviu de guia para a soldadesca armada até os dentes que foi prender a Jesus no Getsêmani (14.43-45), traindo o Filho de Deus com um beijo. Judas traiu a Jesus e não se arrependeu. Preferiu o suicídio ao arrependimento (Mt 27.3-5; At 1.18). William Hendriksen diz que a tragédia chocante da vida de Judas é prova, não da fraqueza de Cristo, mas da impenitência do traidor.


5)    ANTES DE ESCOLHER OS APÓSTOLOS JESUS OROU

A escolha da igreja de Cristo foi feita a partir da vontade do Pai. Jesus passou a noite orando antes de efetuar a escolha daqueles que iriam perpetuar seus ensinamentos. Jesus não deixou escritos doutrinários de próprio punho. Ele faria isso utilizando seus apóstolos.

Num daqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.  “Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze deles, a quem também designou como apóstolos”
Lucas 6:12,13


6)    A ESCOLHA DOS APÓSTOLOS FOI PROPOSITAL

Escolheu doze, designando-os como apóstolos, para que estivessem com ele, os enviasse a pregar e tivessem autoridade para expulsar demônios.
Marcos 3:14,15

Jesus escolheu os apóstolos, primeiramente, para estarem com ele, aprenderem com ele e para segui-lo. Posteriormente, lhes deu a missão de pregar a palavra de Deus, já que primeiro é necessário aprender e só depois anunciar. E, por último, lhes concedeu autoridade e poder para expulsar demônios e fazer sinais.


7)    A ESCOLHA FOI UM SUCESSO

Adolf Pohl diz que por trás dos doze, estão os 120 de Atos 1.15, os 3.000 de Atos 2.41 e os 5.000 de Atos 4.4, a multidão, para nós incontável de Apocalipse 7.4,9 e, por fim, os povos abençoados na nova terra de Apocalipse 21.3,26. Os doze, portanto, são o cerne de um Israel restaurado e de uma raça humana renovada.


CONCLUSÃO

Adolf Pohl disse que criar um grupo como esse era um risco incrível. Mas em Cristo, não há galileu nem judeu, nem conservador nem progressista, nem pescador, nem cobrador, nem zelote. Foi feito algo novo!

Assim como os apóstolos, nós também temos limitações. Somos imperfeitos, temperamentais, erramos, caímos, tropeçamos. Mas, o poder está em Jesus. Naquele que chama para a obra.  Por isso, devemos ter o nosso coração iluminado para compreendermos o nosso chamado e da mesma forma que os apóstolos, nos dispormos para a obra do Reino de Deus:

Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos
Efésios 1:18

            

Em Cristo,
Miss. Daniela F. Ferreira