quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

ESTUDO 11 DE MARCOS

JESUS REINTEGRA OS MARGINALIZADOS (MC 2.13-17)

Jesus saiu outra vez para beira-mar. Uma grande multidão aproximou-se, e ele começou a ensiná-los. Passando por ali, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: "Siga-me". Levi levantou-se e o seguiu. Durante uma refeição na casa de Levi, muitos publicanos e "pecadores" estavam comendo com Jesus e seus discípulos, pois havia muitos que o seguiam. Quando os mestres da lei que eram fariseus o viram comendo com "pecadores" e publicanos, perguntaram aos discípulos de Jesus: "Por que ele come com publicanos e ‘pecadores’? "Ouvindo isso, Jesus lhes disse: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores".
Marcos 2:13-17
INTRODUÇÃO

Exclusão social nos fala a respeito de ser deixado de lado, não fazer parte de um todo, estar à margem e não fazer parte dos benefícios. Essa é a situação em que muitas pessoas se encontravam na época de Jesus e a situação que muitas pessoas ainda vivenciam na atualidade.

Na perspectiva deste texto, Jesus é o amor de Deus encarnado; um amor que não exclui pessoas, não faz acepção, não marginaliza. Jesus veio à terra para convidar homens pecadores para fazerem parte de uma família real e celestial. Não há rejeição de pecadores em Cristo. Jesus rejeita o pecado, mas jamais rejeitará um pecador arrependido.

O reino celestial não é exclusivo para determinada classe social, padrão de conhecimento ou nacionalidade. O reino celestial é aberto a todos os pecadores que reconhecem seus pecados, se arrependem, confessam a Jesus como seu único e suficiente Salvador e nEle perseveram até o fim.

Pecadores que, não se tornaram dignos de sua salvação porque desenvolveram boas obras. É a misericórdia e a graça de Deus que alcança toda a humanidade, inclusive os marginalizados, excluídos e considerados indignos pela sociedade.


O CHAMADO DE MATEUS

Na época do ministério terreno de Jesus Cristo havia diversos cobradores de impostos. Os publicanos eram cobradores de impostos que o Império Romano escolhia entre o próprio povo judeu para fazer a arrecadação de seu povo em nome do império. Em vários textos da Bíblia essas pessoas eram comparadas aos piores tipos de gente, especuladores e homens de qualidades morais duvidosas; havia uma visão negativa acerca dos publicanos:

“Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?”
Mateus 5.46

Quando os mestres da lei que eram fariseus o viram comendo com pecadores e publicanos, perguntaram aos discípulos de Jesus: "Por que ele come com publicanos e pecadores?"
Marcos 2:16

Os cobradores de impostos extorquiam a população judaica. Roubavam cargas e produtos, arrancavam do próprio povo seu sustento, faziam empréstimos com juros abusivos para pessoas que não tinham condições de pagar. Não é de surpreender, portanto, que os cobradores de impostos fossem desprezados.

Os judeus evitavam associar-se com eles:

Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, trate-o como pagão ou publicano.
Mateus 18.17

Jesus foi alvo de críticas por não tratar publicanos com o mesmo desprezo dos judeus:

Veio o Filho do homem comendo e bebendo, e dizem: ‘Aí está um comilão e beberrão, amigo de publicanos e "pecadores" ’. Mas a sabedoria é comprovada pelas obras que a acompanham"
.
Mateus 11.19

Defraudar um cobrador de impostos não era considerado pecado entre os judeus. O Talmude classificava os cobradores de impostos junto com os homicidas e assaltantes, e seu lucro como adquirido por fraude, engano e violência, inadequado até mesmo para doações.

Nada disso impediu Jesus de convidar Mateus para ser seu discípulo. Mateus era empregado do Império Romano, um coletor de impostos. Era publicano, uma classe repudiada pelos judeus. Mas, Jesus não vê quem a pessoa é, e sim, quem ela pode ser em suas mãos. Jesus chamou Mateus para segui-lo. Mateus aceitou. Tornou-se discípulo. Tornou-se apóstolo. Tornou-se autor de um dos evangelho de Jesus Cristo. Mateus foi reintegrado, deixou de estar à margem para estar no caminho.

  Jesus não reintegrou apenas um publicano, a sua lista de reintegração dos marginalizados é longa e extremamente misericordiosa:

1)    Jesus reintegrou a mulher do fluxo de sangue. Ela pode tocá-lo e ser curada. Após o milagre ela voltaria a ser aceita no meio social. Sua impureza havia sido purificada pela virtude de Cristo.

2)    Jesus reintegrou diversos leprosos. Eles não viveriam mais excluídos no leprosário. Não estariam mais isolados de sua família e comunidade. Poderiam frequentar o templo e a sinagoga. Poderiam sentir o toque e o carinho de outros. Não precisariam mais gritar: Imundo!

3)    Jesus reintegrou o endemoninhado de Gadara. Sem vida social, sua morada era nos sepulcros.  Era violentamente atormentado, e assustava a comunidade por sua fúria, perturbação, descontrole, ataques de violência, loucura, sujeira, roupas maltrapilhas em condições animalescas. Bastou a presença gloriosa de Jesus para trazer à tona o mundo invisível dos demônios. Reconheceram que Jesus é o libertador dos homens e o flagelador dos demônios. Quando Jesus expulsou a presença maligna da vida daquele homem, a presença animalesca o deixou trazendo de volta sua condição humana. Jesus libertou o cativo, devolveu-lhe a vida, reintegrou-o à sua família e sua comunidade.

4)    Jesus também reintegrou os paralíticos, os cegos, os surdos, a mulher samaritana, a mulher adúltera e diversos outros, que por algum motivo encontravam-se à margem da sociedade.


CONCLUSÃO

A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola:  
    
"Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no íntimo: 'Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho'. "Mas o publicano ficou a distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: 'Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador'. "Eu digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado".
Lucas 18:9-14

O evangelho da graça tira o peso da Lei e do julgamento. A postura de Cristo destrói toda hipocrisia humana de acepção de pessoas, altivez e marginalização. Em Cristo todos temos oportunidade. A porta da graça está aberta, o convite está feito e o Céu está a espera de todos os que abrirem seu coração para essa oportunidade de consequências eternas.


GRAÇA E PAZ

 MISS. DANIELA F. FERREIRA

ESTUDO 10 DE MARCOS

UM PARALÍTICO E QUATRO AMIGOS 
(MC 2.1-12)

E alguns dias depois entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa.

E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta cabiam; e anunciava-lhes a palavra.  
E vieram ter com ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro.
E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava, e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico.
E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados.
E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seus corações, dizendo:
Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?
E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vossos corações?
Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados; ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda?
Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico),
A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.
E levantou-se e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos.

INTRODUÇÃO

Essa comovente história de mais um milagre operado por Jesus Cristo é contada por três evangelistas: Mateus (Mt 9.1-8), Marcos (Mc 2.1-12) e Lucas (5.17-26). E, em contraste com o capítulo 1 de Marcos, o capítulo 2 inicia a narrativa da perseguição sofrida por Jesus. Essa oposição que se iniciara com Satanás e seus demônios, agora tem continuidade através de homens. Os escribas, fariseus, doutores da lei e os herodianos vão se unir nessa oposição ao ministério de Jesus.


1) ANÁLISE DA MULTIDÃO

Quem fazia parte da multidão que ouvia Jesus, não somente neste episódio, mas durante a sua caminhada?

1º)  Pessoas que iam obter cura:
·         Elas não estão preocupadas com sua salvação, suas vidas estão boas apesar de necessitarem de uma cura;
·         Elas não enxergam Jesus como o Salvador, mas como o abençoador;
·         Querem tudo no plano físico;
·         Querem respostas rápidas;
·         Não estão dispostas a pagar o preço do discipulado.

2º)  Pessoas que são carregadas por outras:
·         Não conhecem a Jesus;
·         Não tem forças para irem até Jesus;
·         Precisam de amparo, ajuda, até mesmo de serem carregadas.

3º)  Pessoas que levam outras até Jesus:
·         São misericordiosas e cheias de compaixão;
·         Amam ao próximo;
·         Colocam em prática os sentimentos que inflamam seu coração, elas agem e não apenas assistem a miséria alheia;
·         Estão dispostas a ajudar o próximo a carregar seu fardo até Jesus.

4º)  Curiosos:
·         Ouviram falar e querem ver com os próprios olhos;
·         Estão curiosos para saber quem é Jesus;
·         Estão curiosos para ouvir o que ele fala;
·         Estão curiosos para verem seus milagres.

5º)  Críticos:
·         Pessoas que queriam vigiar Jesus;
·         Queriam contradizê-lo;
·         Estavam com o coração fechado, não eram ouvintes sinceros;
·         Geralmente são religiosos e colocam fardos sobre os outros;
·         Tropeçam em sua própria teologia;
·         Analisam a pregação, o ensino, as ações com intenção destrutiva e não construtiva.

6º)  Invejosos:
·         Os invejosos queriam pregar com o conhecimento que Jesus tinha, falar com a autoridade que ele tinha, fazer sinais e milagres como ele fazia;
·         Não estavam dispostos a pagar o preço e não aceitavam que Jesus se destacasse mais do que eles;
·         Filipenses 1.15 nos afirma que muitos pregam a Cristo por inveja e porfia.

7º)  Pessoas que impedem a passagem de outros:
·         É a multidão que bloqueia outros de se achegarem a Jesus. A multidão pode ser nossa família, amigos, parentes, colegas de trabalho, colegas da faculdade, irmãos da igreja, obreiros, etc;
·         Colocam empecilhos, dificuldades, não querem nos deixar orar, jejuar, ler a Bíblia, ir à igreja, cumprir com nossos compromissos com Deus.

8º)  Pessoas que querem apenas ouvir e aprender, mas não querem fazer parte:
·         São os intelectuais, que desenvolvem apenas a mente e não abrem o coração;
·         São racionais e não compreendem as coisas espirituais;
·         São sábios aos seus próprios olhos.

9º)  Pessoas que são instrumentos de Satanás, o joio no meio do trigo:
·         Querem destruir a sua fé;
·         Querem destruir seu ministério;
·         Querem destruir sua reputação;
·         Enganam, mentem, atacam, perseguem, ser rebelam até provocar a sua morte.

10º)                     Pessoas que buscam salvação:
·         Reconhecem que são pecadores e que necessitam de um Salvador;
·         Não querem apenas as bênçãos de Jesus, mas reconhecem que as bênçãos fazem parte daqueles que são filhos de Deus;
·         Querem ter um relacionamento com Jesus;
·         Estão dispostos a pagar o preço do discipulado.


2) ANÁLISE DOS QUATRO AMIGOS

Segundo o pastor Hernandes Dias Lopes, os quatro amigos tiveram quatro atitudes admiráveis:

1ª) TINHAM VISÃO: A visão determina a maneira de viver, a visão determina a ação. A visão espiritual é necessária para mudar o seu jeito de viver e para que você queira ajudar o próximo. O homem sem Jesus está só, doente, perdido. Não há esperança para os aflitos a menos que os levemos a Jesus. Nós não podemos converter as pessoas, mas podemos levá-las a Jesus. Não podemos realizar milagres, mas podemos deixar as pessoas aos pés daquele que realiza milagres.

2ª) TINHAM DETERMINAÇÃO: Aqueles homens tiveram várias dificuldades, mas não desistiram. Primeiro, o peso do paralítico. Segundo, a multidão que não abria espaço. Terceiro, eles não acharam lugar junto à porta. Quarto, subir com o paralítico para o telhado da casa. Quinto, destelhar a casa. Sexto, descer o paralítico até Jesus. A persistência desses homens nos ensina que quando um caminho está bloqueado, devemos procurar outro.

3º) TIVERAM CRIATIVIDADE: No manual de como levar um paralítico a Jesus não dizia assim: “Quando não tiver jeito, faça isto ou aquilo”. Eles estão enfrentando um problema novo e precisam achar uma solução. Então, pensaram: “Vamos subir, abrir o teto e descê-lo aos pés de Jesus”. O telhado provavelmente era formado por vigas e pranchas por cima das quais esteiras, ramos, e galhos, cobertos por terra batida, eram colocados.  Eles destelharam o telhado e desceram o homem no seu leito onde Jesus estava. Cada geração precisa encontrar respostas para o seu tempo. Eles mudaram de método, inovaram e foram ousados. Tem gente que diz: “Nós sempre fizemos assim. Não pode mudar”. E aí, perdemos a geração. Temos de ter coragem de quebrar paradigmas. Deus é criativo. Precisamos ter criatividade na abordagem, na comunicação, nos métodos. A mensagem é sempre a mesma, mas os métodos podem e devem ser adaptados de acordo com as circunstâncias.

4º) EXERCITARAM UMA FÉ VERDADEIRA: Apesar de nenhum desses homens ter falado coisa alguma, todos confiaram. E foi isso que realmente importou.224 A fé dos homens tocou o coração do Senhor, levando o evangelista a registrar: “Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados” (2.5). Adolf Pohl citando Calvino e Bengel diz que a fé do paralítico está aqui incluída.225 Eles não poderiam fazer o milagre nem salvar o homem, mas eles poderiam levá-lo a Jesus. Levar o paralítico a Jesus era tarefa deles, perdoar e curar o coxo era obra exclusiva de Jesus. A fé não é complacente nem inativa. Essa fé não é um salto no escuro, como pensava o filósofo existencialista Kirkegaard, mas uma fé operosa, que atua pelo amor. O milagre é Jesus quem faz, mas nós somos cooperadores de Deus. Levar as pessoas aos pés de Jesus é nossa missão. Precisamos ter fé que Jesus vai salvá-las, curá-las, libertá-las. Precisamos evangelizar e ter fé que a igreja vai crescer.


3) ANÁLISE DO PARALÍTICO

1º)  Ele reconhecia a sua necessidade;

2º)  Ele reconhecia que precisava da ajuda de outras pessoas;

3º)  Ele cria que Jesus podia curá-lo;

4º)  Ele ouviu o que Jesus disse;

5º)  Ele obedeceu a ordem de Jesus.


4) ANÁLISE DA AÇÃO DE JESUS

Segundo o pastor Hernandes Dias Lopes, a obra de Jesus é completa: Ele perdoou e curou; cuidou da alma e do corpo; resolveu as questões do tempo e da eternidade. Vejamos o que Jesus fez pelo paralítico:

1º) Em primeiro lugar, Jesus curou o paralítico emocionalmente. A primeira palavra que Jesus disse ao paralítico foi: “Tem bom ânimo” (Mt 9.2). Escondidos atrás da paralisia estavam a depressão, o desespero, a auto-imagem destruída, as emoções amassadas, os sonhos quebrados. Jesus diagnosticou que as emoções estavam mais enfermas que o corpo. Antes de aprumar o seu corpo, Jesus restaurou as suas emoções. Jesus sempre nos dá o que precisamos!

2º) Em segundo lugar, Jesus curou o paralítico psicologicamente. Jesus disse para o paralítico: “Filho, os teus pecados estão perdoados” (2.5). Jesus levantou sua autoimagem. Aquele pobre paralítico era como uma cana quebrada, que vivia no desalento, dependendo de esmolas para sobreviver. Ele se julgava sem valor e sem prestígio. Não se sentia amado. Mas seus amigos investiram nele e Jesus, o Senhor do universo, o chamou de “filho”. Não é pouca coisa ser amado por Deus!

3º) Em terceiro lugar, Jesus curou o paralítico espiritualmente. Jesus lhe disse: “Filho, os teus pecados estão perdoados” (2.5). O pecado é a pior tragédia. Ele é a causa primária de todas as nossas mazelas. O pecado não perdoado é o maior amigo de Satanás e o pior inimigo do homem. O pecado é a pior doença. É o veneno doce que mata o corpo e a alma. O pecado é pior do que a solidão, que a pobreza, que a doença, que a própria morte. Todos esses males não podem nos separar de Deus, mas o pecado nos separa de Deus agora e também na eternidade.  Jesus nunca tratou a questão do pecado com leviandade, diz William Hendriksen.235 Ele não lidou com o pecado apenas como um tênue sentimento de culpa ou traumas psicológicos. Para Jesus o pecado, é um desvio indesculpável da santa lei de Deus (12.29,30), que tem um efeito drástico sobre a alma.

4º) Em quarto lugar, Jesus curou o paralítico fisicamente (2.10-12). Jesus curou o homem fisicamente. Seus pés se firmaram, seus artelhos ganharam força, seus nervos atrofiados voltaram a funcionar, seus músculos explodiram com nova vitalidade e o homem entrevado saltou da sua cama cheio de vigor. A cura do paralítico foi imediata, completa, perfeita e gratuita. Jesus tem autoridade para perdoar e para curar ainda hoje. Ele é o mesmo ontem, hoje e o será para sempre. Ele é o Jeová-Rafá, aquele que sara todas as nossas enfermidades.


5) ANÁLISE DAS CONSEQUÊNCIAS DAS AÇÕES DE JESUS

Segundo o pastor Hernandes Dias Lopes:

1º) Houve grande admiração entre as pessoas. Marcos registra a admiração do povo. Mateus diz que as multidões ficaram “possuídas de temor” e Lucas diz que todos “ficaram atônitos e possuídos de temor”. A multidão, na verdade, ficou atônita, assombrada, fora de si.237 Cafarnaum, como nenhuma outra cidade, presenciou as maravilhas realizadas por Jesus. Ele pregou-lhes aos ouvidos e aos olhos. Eles ouviram e viram coisas gloriosas. Contudo, embora ficassem extasiados, não foram transformados. Nada endurece mais o coração do que ouvir a Palavra e não a colocar em prática, diz John Charles Ryle.238 Eles ouviram uma das mais pesadas sentenças de Jesus mais tarde:
Tu Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje. Digo-vos, porém, que menor rigor haverá, no dia do juízo, para com a terra de Sodoma do que para contigo. Mt 11.23,24

2º) Houve uma exaltação ao nome de Deus.

3º) Houve reintegração na família (2.11). Jesus curou o paralítico e lhe ordenou a voltar para casa. Um novo tempo haveria de acontecer agora naquele lar.






Estudo baseado no livro de Marcos - Pastor Hernandes Dias Lopes - Editora Hagnos

ESTUDO 9 DE MARCOS

A CURA DE UM LEPROSO  – (Mc 1.40-45)
Um paralelo entre a lepra e o pecado 


E aproximou-se dele um leproso que, rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me.

E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo.
E, tendo ele dito isto, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.
E, advertindo-o severamente, logo o despediu.
E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém; porém vai, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.
Mas, tendo ele saído, começou a apregoar muitas coisas, e a divulgar o que acontecera; de sorte que Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava-se fora em lugares desertos; e de todas as partes iam ter com ele.

INTRODUÇÃO

A lepra era a pior enfermidade do mundo daquela época: a mais temida, a mais sofrida e a de consequências mais graves. A lepra não tinha cura e levava o leproso a uma situação de exclusão familiar, social e religiosa. Abandonado à própria sorte no leprosário, ele era considerado imundo. Sem direito ao toque, sem direito à convivência, destinado à solidão em meio a um momento de extrema necessidade.
Ela era um símbolo da ira de Deus contra o pecado. Os rabinos consideravam a lepra um castigo de Deus. Na Bíblia vemos que ela foi infligida por Deus para punir uma rebelião, como no caso de Miriã; para punir uma mentira, como no caso de Geazi; para punir o orgulho, como no caso de Uzias.

UM PARALELO ENTRE A LEPRA E O PECADO

1)      A LEPRA NÃO ATINGE APENAS DE FORMA SUPERFICIAL. Ela vai além da pele. Ela ataca o sangue, a carne, os ossos, até o paciente começar a perder as extremidades do corpo. O pecado também não é algo superficial. Ele procede do coração e contamina o corpo. O homem está em estado de depravação total, ou seja, todos os seus sentidos e faculdades foram afetados pelo pecado. O pecado atinge a mente, o coração e a vontade. Ele atinge os pensamentos, as palavras, os desejos, a consciência e a alma.

2)      A LEPRA SEPARA. A pessoa deveria ficar isolada da família e da comunidade. Ela não poderia frequentar o templo e nem ir à sinagoga. Precisava viver numa caverna ou numa colônia de leprosos. Todo contato humano era proibido. Quando alguém se aproximava precisava gritar: Imundo! Assim é o pecado. Ele separa o homem de Deus (Is 59.2), do próximo (ódio, mágoa e ressentimento), e de si mesmo (complexos e pouca autoestima).

3)      A LEPRA INSENSIBILIZA. A lepra atinge as células nervosas e deixa o doente insensível. De forma semelhante, o pecado anestesia e calcifica o coração, cauteriza a consciência e mortifica a alma. Como a lepra o pecado é progressivo. Um abismo chama outro abismo.

4)      A LEPRA DEIXA MARCAS. Ela degenera, deforma, deixa cicatrizes. No último estágio o doente começa a perder os dedos, o nariz, os lábios, as orelhas. O pecado também deixa marcas profundas no corpo (doenças), na alma (culpa, medo), na família (divórcio, separação entre pais e filhos).

5)      A LEPRA CONTAMINA.  A lepra contamina e se espalha para o restante do corpo e até mesmo para outras pessoas. O pecado também é contagioso. Um pouco de fermento leveda toda a massa.

6)      A LEPRA DEIXA A PESSOA IMPURA. O pecado também deixa o homem impuro. A nossa justiça aos olhos de Deus são como trapos de imundícia (Is 64.6). Quando pecamos e não nos arrependemos, confessando a Deus e pedindo seu perdão, somos como imundos.

7)      A LEPRA MATA. Um leproso era como um morto-vivo. O pecado também mata. O salário do pecado é a morte (Rm 6.23). A lepra só atinge alguns, o pecado a todos. A lepra só destrói o corpo, o pecado o corpo e a alma. A lepra não pode separar o homem de Deus, o pecado separa agora e na eternidade.

APRENDENDO COM O LEPROSO:

1)      O LEPROSO DEMONSTROU DETERMINAÇÃO. Ele venceu o medo, o autodesprezo, os complexos, o repúdio das pessoas. Ele venceu os embargos da Lei e saiu do leprosário, da caverna da morte. Ele venceu a dor, a revolta, a mágoa, a solidão, a frustração e a desesperança. O leproso aproximou-se de Jesus e levou sua causa perdida a Ele.

2)      O LEPROSO DEMONSTROU PROFUNDA HUMILDADE. Ele se ajoelhou (1.40); prostrou-se rosto em terra (Lc 5.12) e adorou o Senhor (Mt 8.2). Ele reconheceu a majestade e o poder de Jesus e o chamou de Senhor. Ele demonstrou não querer apenas a cura, mas o Senhor.

3)      O LEPROSO DEMONSTROU GENUÍNA FÉ. Sem dúvidas, com convicção. A fé vê o invisível, toca o inatingível e torna possível o impossível.

4)      O LEPROSO DEMONSTROU PLENA SUBMISSÃO.  Ela não dá ordens a Deus, não determina sua cura; ele pede misericórdia.

A RESPOSTA DE JESUS:

1)      Jesus sente uma profunda compaixão (1.41);

2)      Jesus toca generosamente (1.41);

3)      Jesus emite uma palavra extraordinária (1.41,42);

4)      Jesus pede um testemunho (1.44)

5)      Jesus pede obediência para que seus planos não sejam atrapalhados (1.44,45).


Observação: O leproso desobedeceu a Jesus, como consequência a campanha evangelística de Jesus foi prejudicada e Jesus não conseguiu mais pregar porque as pessoas começaram a vir atrás apenas de milagres.



Todos nós temos necessidades para apresentar a Jesus. Alguns precisam de uma restauração no lar, outros de uma cura, outros de uma libertação. Independente do problema particular existe um problema universal, o pecado. Somente Jesus pode curar a enfermidade do pecado. Só existe perdão em Jesus Cristo. Maomé, Confúcio, Santa Maria, São Pedro não passam de invenções diabólicas para desviar a atenção da Palavra da Verdade.A cura para a lepra do pecado está em Jesus. Arrependa-se hoje! Esse é o dia oportuno. Essa é a hora que Deus preparou para que você seja purificado pelo poder da palavra. Jesus veio ao mundo para salvar o homem dos seus próprios pecados. A sua obra foi perfeitamente consumada. O perdão está disponível na cruz do Calvário.





Estudo baseado no livro de Marcos - Pastor Hernandes Dias Lopes - Editora Hagnos

ESTUDO 8 DE MARCOS

8- O MINISTÉRIO DA PREGAÇÃO
 (MC 1.38,39)

E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue; porque para isso vim. E pregava nas sinagogas deles, por toda a Galiléia, e expulsava os demônios.

INTRODUÇÃO

Jesus Cristo iniciou seu ministério quando tinha 30 anos de idade. Dos quatro ministérios (cura, libertação, oração e pregação), o ministério da pregação ocupava seu alvo central. Jesus pregava com toda autoridade, porque não existe maior autoridade do que o próprio Deus. Jesus é o Verbo, a Palavra, as Escrituras existiam para anunciar a sua chegada. E como o Verbo Ele pregou, cumprindo os propósitos de Deus para sua encarnação. Ninguém jamais pregou como Jesus. Ninguém jamais pregará como Jesus. Ele é o nosso maior exemplo de ministro da Palavra. Em Jesus devemos nos espelhar para exercermos o nosso ministério. Devemos pregar o que Jesus pregou e como ele pregou.

12 ENSINAMENTOS ACERCA DO MINISTÉRIO DA PREGAÇÃO DE JESUS CRISTO

1)      A PREGAÇÃO OCUPAVA LUGAR CENTRAL NO MINISTÉRIO DE CRISTO (1.38). Jesus disse que foi para pregar que ele veio à terra. Não foi para curar, fazer milagre, expulsar demônios; tudo isso seria consequência do seu ministério principal, apregoar a palavra de Deus. Essa é a nossa missão principal, o ministério da pregação. Os sinais apenas nos seguirão. Spurgeon dizia aos seus alunos: “Se os reis vos convidarem para serdes ministros de Estado, não vos rebaixeis, deixando o honrado posto de embaixadores de Deus.”

2)      A PREGAÇÃO PARA JESUS ERA MAIS IMPORTANTE DO QUE OS MILAGRES: Ele quis ser lembrado por sua morte e não por seus milagres. Foi pela pregação que a Igreja começou e foi estabelecida. É pela pregação que ela cresce saudavelmente. Pela pregação os pecadores são despertados. Pela pregação os santos são edificados.

3)      JESUS PREGAVA DE FORMA ESTRATÉGICA: Quando Jesus foi expulso de Nazaré foi para Cafarnaum. A maior e mais populosa das cidades pesqueiras. Era um local em que a palavra semeada poderia ser mais facilmente disseminada. Jesus não insistia em cidades cujas portas estão fechadas. Da mesma forma, Paulo falava à respeito das portas que Deus abria para sua pregação. Não devemos perder tempo diante das portas fechadas, devemos aproveitar as portas abertas. Não somos nós que abrimos as portas, mas Deus. Por isso, na hora certa, Deus também abrirá as que agora estão fechadas. Devemos continuar orando.

4)      JESUS USOU PONTES PARA ENSINAR A PALAVRA: Jesus usou como ponte a sinagoga. Para cada grupo de 10 famílias havia uma sinagoga. Ela também era lugar de reuniões da comunidade e servia como tribunal e escola. Elas eram dirigidas por leigos e não por rabinos e mestres ou pregadores permanentes. Dessa maneira, os mestres visitantes sempre eram convidados para ensinar. Nossa ponte pode ser um centro comunitário, a casa de um irmão, um evento comemorativo, até mesmo um funeral. Qualquer coisa que nos ligue a mais pessoas e que nos sejam abertas as portas.

5)      JESUS SEMPRE IA A IGREJA: Jesus era um pregador que tinha o hábito de estar na casa de Deus não apenas para pregar, mas para adorar e aprender. Existem pregadores que se acham autossuficientes e que pensam não precisar ir ao culto de ensino ou até mesmo de escutar a pregação de outro irmão, por se julgar mais culto que ele. Jesus sabia tudo, e mesmo sendo Deus, ia ao culto somente para adorar.

6)      JESUS UNE CONHECIMENTO E PODER ESPIRITUAL: É poderoso em palavras e também em obras. Pregava com conhecimento e cheio do poder e da unção do Espírito Santo. Pedro disse: “Antes crescei na graça e no conhecimento do Senhor Jesus” (2Pe 3.18).

7)      JESUS COMO PREGADOR NUNCA SEPAROU PALAVRA DE AÇÃO. Ele pregava e testemunhava. O problema dos pregadores atuais é que pregam aos ouvidos e não aos olhos. Falam, porém não vivem. Conhecem, porém não acreditam. Pregam, porém sem virtude e unção.

8)      JESUS COMO PREGADOR NUNCA SEPAROU CORPO DA ALMA: Ele saciava a fome física e espiritual, curava enfermidades físicas e espirituais. Havia no ministério de Jesus ação social e ação espiritual.

9)      JESUS COMO PREGADOR NUNCA SEPAROU A TERRA DO CÉU: Ele pregava sobre como viver corretamente a vida terrena de olho na vida celestial. Há pessoas que estão preocupadas com o céu e esquecem-se da terra. Outras estão preocupadas com a terra e esquecem-se do céu.

10)   JESUS PREGOU COM AUTORIDADE PORQUE ELE É A PRÓPRIA VERDADE: Os mestres quando iam ensinar precisavam de fontes para dar credibilidade ao seu ensino. Jesus não precisava citar fontes, ele é a fonte.

11)   JESUS PREGOU COM FIDELIDADE A PALAVRA DE DEUS: Não torceu as Escrituras, não ensinou doutrina de homens. Os escribas da época falharam no conteúdo da pregação, porque ensinaram doutrina humana ao invés da Palavra de Deus. Falharam no método, porque ensinaram de forma fria, sem zelo e amor. Falharam no propósitos, porque pregavam não para salvar, mas para a própria glória. Jesus sempre pregou a palavra de Deus, com amor e zelo, para glória de Deus.


12)   JESUS PREGOU COISAS ETERNAS: Apesar de levar em conta as coisas terrenas, o alvo de Jesus eram as coisas eternas. Não podemos perder nosso foco. Como cidadãos celestiais não deixemos de apregoar as coisas celestiais. A volta de Jesus Cristo, os dons espirituais, a Nova Jerusalém, os galardões, o céu, o inferno devem fazer parte da pregação de todos os ministros do Evangelho.


 



Estudo baseado no livro de Marcos - Pastor Hernandes Dias Lopes - Editora Hagnos