quinta-feira, 4 de março de 2021

ESTUDO 28 DE ATOS DOS APÓSTOLOS: O PERIGO DA RELIGIOSIDADE (AT 15.1-5; MT 15.29-30; MC 7.1-23)

      


            Depois do cativeiro babilônico, os rabinos judeus começaram a definir regras e regulamentos pormenorizados para governar a vida diária do povo. Tratava-se de interpretações e aplicações da Lei de Moisés, transmitidas de geração em geração. Nos dias de Jesus essa "tradição dos anciãos" existia na forma oral. Só em cerca de 200 d.C. foi registrado por escrito o Mishna. (NVI p. 1642)

Os rabinos haviam dividido a Lei Mosaica (Torá) em 613 decretos, com 365 proibições e 248 orientações. Através destes decretos, tentavam regular a vida dos israelitas (judeus) e toda a sua conduta.

Alguns homens, apegados nessa aparente religiosidade ensinada pelos rabinos, desceram da Judeia para Antioquia e passaram a ensinar aos irmãos que se eles não fossem circuncidados segundo o costume de Moisés não se salvariam. Acreditavam não em uma salvação pela graça como Paulo ensinava, mas sim, baseada em méritos pessoais, costumes e tradições. Paulo estava enfrentando o mesmo problema que Jesus já havia enfrentado e que fora narrado em Mateus 15.29-30 e Marcos 7.1-23.

 

1) SEGUNDO O EVANGELISTA MATEUS, OS RELIGIOSOS SE REUNIRAM A JESUS NÃO PARA ADORAR OU APRENDER A PALAVRA, MAS PARA INVESTIGAR A VIDA ALHEIA (Mt 1,2)

Essa delegação farisaica foi enviada para investigar as atividades de Jesus na Galileia, não foram para cultuar a Deus ou aprender dos ensinamentos de Jesus. Gente religiosa sempre se preocupa com a vida alheia.

 

2) OS RELIGIOSOS SE APEGAM ÀS TRADIÇÕES (Mt 15.3,4)
Os religiosos consideram as tradições humanas como se fossem a própria Palavra de Deus. Hoje não temos a Mishna no Cristianismo, mas temos regulamentos internos que se comportam do mesmo jeito dentro das igrejas evangélicas.

3) OS RELIGIOSOS CONFRONTAM ÀQUELES QUE NÃO SEGUEM AS TRADIÇÕES (V. 5)
Eles já haviam confrontado Jesus por permitir que seus discípulos não guardassem o sábado (Mt 2.24), por ele mesmo não guardar o sábado (Mt 2.24) e agora pelo fato dos discípulos não lavarem as mãos. Os fariseus estavam cegos e queriam conduzir outros cegamente, obrigando os outros a seguirem as tradições.  Os homens que desceram à Antioquia, também discutiram com Paulo e Barnabé acerca da circuncisão (At 15.2).

4) OS RELIGIOSOS POSSUEM CARÁTER HIPÓCRITA (Mt 15.6)
Fingem ser o que não é. São atores que interpretam um falso papel de bondade e santidade.

5) OS RELIGIOSOS PRATICAM UMA VÃ ADORAÇÃO (Mt 15.7,8)
A sua adoração não é valida porque não seguem a Palavra de Deus, mas regras ensinadas por homens.

6) OS RELIGIOSOS ANULAM A PALAVRA DE DEUS ( Mt 15.9-13)
Os fariseus estavam sempre encontrando uma maneira de por de lado os mandamentos de Deus para obedecerem às tradições. Muitos hoje possuem a mesma atitude. Para que a Palavra de Deus se encaixe na sua vida, tiram textos dos contextos, alteram interpretações, acrescentam palavras, retiram palavras. 


7) OS RELIGIOSOS SE PREOCUPAM COM A IMPUREZA EXTERNA E NÃO INTERNA (Mt 14,15)
Querem viver de aparência sem mudar o interior. Vivem de rituais e não buscam a regeneração. Circuncidam o físico, mas não o coração.

8) OS RELIGIOSOS NÃO OUVEM A PALAVRA DE DEUS (Mt 15.16)
Jesus disse: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça". As regras humanas geram legalismo, mas a Palavra de Deus transforma, regenera e santifica. 

9) OS RELIGIOSOS TORNAM IMPURO ATÉ O QUE É PURO (Mt 15.17,18)
Os religiosos tornam alimentos impuros, sexo impuro, pessoas impuras, ações impuras, vestimentas impuras e tantas outras coisas. Aqui, Jesus purifica todos os alimentos. 

10) OS RELIGIOSOS NÃO COMPREENDEM QUE OS MALES NASCEM NO CORAÇÃO (Mt15.20-23)
Não adianta trocar de roupa, tem que trocar de vida. Não adianta mudar de aparência, é preciso mudar de coração. A lista dos maus desígnios do coração é grande, e com certeza, esta lista não engloba todas as maldades que um coração pode gerar: maus pensamentos, imoralidades sexuais, roubos, homicídios, adultérios, cobiças, maldades, enganos, devassidão,
inveja, calúnia, arrogância, insensatez.

CONCLUSÃO
O que podemos concluir é que a religião não salva e, que, ao contrário do que muitos pensam, a religiosidade não produz vida, e sim a morte. Toda religiosidade só pode ser combatida mediante espiritualidade. Ter vida com Deus, intimidade, coração quebrantado, ouvidos atentos à voz de Deus, mente cheia da Palavra de Deus. Deixe de lado toda forma de farisaísmo carregado de regras e tradições humanas, passa a viver a Palavra de Deus, somente ela é viva e eficaz, capaz de regenerar o homem mais vil.