Após a morte de Jesus na cruz do Calvário, já sendo o terceiro dia, dois discípulos caminham em direção a Emaús. Emaús era um povoado que ficava à 11 quilômetros de Jerusalém. No caminho, Jesus se encontra com aqueles dois homens que estavam conversando enquanto caminhavam. Jesus então os questiona sobre o que estavam discutindo e percebe que eles estavam tristes e decepcionados. Analisemos esse texto:
1) AO LERMOS ESSA PASSAGEM BÍBLICA ENCONTRAMOS ALGUNS MOTIVOS QUE LEVARAM OS DISCÍPULOS A ESTAREM TRISTES:
· Estavam no caminho errado. Deveriam permanecer em Jerusalém, mas estavam indo para Emaús. Emaús significa “fonte de águas quentes”. Jerusalém significa “lugar de paz”. Eles estavam trocando Jesus que é a verdadeira fonte de água viva (João 4:13,14) por outra fonte. Eles estavam saindo do lugar de paz porque não creram na promessa de que Jesus ressuscitaria. Nós muitas vezes agimos da mesma forma. Estamos tão próximos do caminho certo, mas não estamos no caminho certo. Abandonamos o lugar onde deveríamos aguardar o cumprimento da promessa e trilhamos outro caminho simplesmente porque não cremos.
· Eles não conheceram Jesus verdadeiramente. Seus olhos foram impedidos de reconhecê-lo. Eles andaram com Jesus por pelo menos 3 anos, mas ainda não tinham tido uma experiência verdadeira com Jesus. Eles viam Jesus como profeta, mas não como Messias (v.19).
· Eles não se reconheciam como pecadores. Afirmaram que as autoridades mataram a Jesus. Entretanto, sabemos que foram os nossos pecados que mataram o Senhor. Foi por nossos pecados que Jesus se entregou. Calvino afirmou que nossa dignidade está em reconhecermos que somos indignos.
· Eles esperavam errado. Os discípulos achavam que Jesus traria uma redenção física a Israel. Não compreendiam que o reino de Deus era espiritual e que a redenção de nossas fora feita.
· Eram incrédulos. Foi dito aos dois discípulos que Jesus estava vivo, mas não creram.
· Eles não tinham discernimento espiritual. Não compreendiam a cruz. Jesus perguntou: “Não devia o Cristo sofre estas coisas para entrar em sua glória?” (v.26) Quantas pessoas agem da mesma forma hoje em dia, presenciam o mover e o milagre de Deus de perto, entretanto não conseguem discernir e estão totalmente insensíveis.
2) O PARTIR DO PÃO
Só quando Jesus partiu o pão é que os olhos deles foram abertos. Foi uma forma figurada da Ceia do Senhor que presenciaram na sexta-feira. Havia apenas três dias que Jesus instituíra a Ceia e apresentara-lhes seu corpo e seu sangue como símbolo da Nova Aliança.
3) UMA PROFUNDA MUDANÇA FOI EFETUADA NA VIDA DOS DISCÍPULOS (Pastor Hernandes Dias Lopes)
O evangelista Lucas registra o importante episódio dos dois discípulos de Emaús, que caminham desassistidos de esperança, mergulhados nas sombras de expectativas frustradas, até que reconhecem o Cristo ressurreto, caminhando com eles, ensinando a eles, e tendo comunhão com Deus. Uma mudança profunda foi efetuada na vida deles. Que mudanças foram essas?
Em primeiro lugar, olhos abertos pela exposição das Escrituras (Lc 24.26,27,31). Jesus revelou-se pelas Escrituras. Ele já havia ensinado: “Examinai as Escrituras, porque são elas que testificam de mim” (Jo 5.39). Quando reconhecemos em nosso caminho que Jesus está vivo, não há mais espaço para a preocupação ( Lc24.17), tristeza (Lc 24.17), desesperança (Lc 24.21) e incredulidade (Lc 24.25). O Cristo que tinha de padecer devia também entrar na sua glória. Cristo não foi derrotado pelo poder da morte, mas triunfou através dos seus sofrimentos e venceu a morte.
Em segundo lugar, corações ardentes pela comunhão com o Cristo vivo (Lc 24.28,29,32). Quando temos comunhão com Jesus, nosso coração arde e o fogo de Deus nos inflama. Há entusiasmo em nosso coração. O vento do Espírito sopra sobre nós e remove as cinzas do comodismo e reacende as brasas do zelo em nosso coração. Quando o coração arde, acaba a frieza espiritual e o marasmo. Então, estar na Casa de Deus é alegria, orar é necessidade, louvar a Deus é prazer, andar com Jesus é o sentido da vida. Quando o nosso coração arde, nossa vida se torna um graveto seco. Então, o fogo do Espírito arde em nós, nos iluminando, nos purificando, nos aquecendo e alastrando através de nós.
Em terceiro lugar, pés velozes para ir anunciar a ressurreição (Lc 24.33). Quem tem olhos abertos e coração ardente tem pés velozes para falar de Jesus. Os mesmos que fugiram de Jerusalém, agora voltam para Jerusalém. Eles que disseram que já era tarde, não se importam com os perigos da noite. Eles que deixaram o convívio com os outros discípulos, voltam à companhia deles. Eles que conjugavam todos os verbos da esperança no passado, cheios de frustrações, agora têm pressa para testemunhar a gloriosa realidade da ressurreição. O futuro não é mais incerto, mas a garantia de uma eternidade vitoriosa.
Em quarto lugar, lábios abertos para proclamar que Cristo está vivo (Lc 24.34,35). Nem distância nem a noite os impede. Eles voltam para ter comunhão e para proclamar que Jesus está vivo. Eles voltam para dizer que a morte não tem a última palavra. A última palavra é que Jesus venceu a morte. A tristeza não pode mais nos dominar. Caminhamos para o glorioso amanhecer da eternidade e não para a noite fatídica da desesperança. É impossível ter um encontro com o Cristo vivo e ainda permanecer calado e acovardado. O poder da ressurreição abre os nossos lábios para pregação poderosa!
A ressurreição de Jesus abriu os olhos, aqueceu o coração, apressou os pés e abriu os lábios dos discípulos de Emaús. E em você, que tipo de impacto a ressurreição tem provocado? Como você tem caminhado pela vida? Tem você se encontrado com o Cristo ressurreto? O Senhor nos encontra nas angústias da nossa caminhada. O Senhor nos encontra na exposição da palavra de Deus. O Senhor nos encontra no partir do pão. Ele abre nossos olhos, nossa mente, nosso coração e nossos lábios.
4) OS DISCÍPULOS TIVERAM TRÊS ATITUDES PARA RECEBER ESSA MUDANÇA DE VIDA: 1ª – Convidaram Jesus para entrar na casa deles. 2ª – Deixaram Ele assumir a posição de anfitrião e celebrar a ceia. 3ª – Voltaram para Jerusalém correndo.