Após
a prisão de Cristo no Getsêmani, Jesus passou por uma sequência de julgamentos
ilegais, injustos, com falsas acusações. Um julgamento que na verdade não
procura julgar, mas condenar o Filho de Deus. O motivo dos homens? Inveja. O
motivo de Deus? Salvar a humanidade.
I- O
JULGAMENTO JUDAICO DE JESUS OCORREU EM TRÊS LUGARES:
1) A
audiência preliminar diante de Anás, o sumo sacerdote anterior (esse julgamento
é registrado somente em João 18.12-14 e 19-23);
2) O
julgamento perante o Sinédrio, dirigido por Caifás (o sumo sacerdote que estava
no cargo, genro de Anás), que ocorreu no interior do pátio de sua casa
(14.53-65);
3) A
sessão matinal no Sinédrio (15.1).
II-
O JULGAMENTO ROMANO TAMBÉM OCORREU EM TRÊS PARTES:
1)
Perante Pilatos (15.2-5);
2)
Perante Herodes Antipas (Lc 23.6-12);
3)
Perante Pilatos pela segunda vez (15.6-15).
III-
SOBRE O JULGAMENTO DO SINÉDRIO
1) A
sentença já havia sido dada antes do julgamento (Mc 14.1; Jo 11.47-53);
2)
Jesus foi julgado de forma incorreta, já que as leis judaicas não permitiam que
um prisioneiro fosse interrogado à noite;
3)
Foram contratadas testemunhas falsas;
4) O
anúncio de uma pena de morte só poderia ser efetuado após um dia de processo e
julgamento, ou seja, do dia seguinte em diante;
5)
William Hendriksen, falando acerca dos juízes de Jesus afirma:
- O
juiz Anás: ganancioso, venenoso como uma serpente e vingativo (Jo 18.13);
- O
juiz Caifás: rude, hipócrita e dissimulado (Jo 11.49,50);
- O
juiz Pilatos: supersticioso e egoísta (Jo 18.29);
- O
juiz Herodes Antipas: imoral, ambicioso e superficial.
6)
Dewey Mulholland afirma que o Sinédrio, composto de 71 membros (saduceus,
fariseus, anciãos e escribas), nãos buscavam julgar a Jesus, mas procuravam
evidências para condená-lo.
7)
Condenaram a Jesus por blasfêmia, por Jesus ter dito a verdade, que Ele era
Cristo, o Filho do Deus Vivo.
8)
Jesus foi esbofeteado e cuspido durante o julgamento.
IV-
SOBRE O JULGAMENTO CIVIL
1) Jesus
foi levado ao governador Pilatos e acusado pelo Sinédrio de querer ser rei dos
judeus (Jo 19.12), de ser um malfeitor (Jo 18.30), de insubordinação (Lc 23.2),
de ser agitador do povo (Lc 23.5,14), de blasfêmia (Jo 19.7).
2)
Pilatos sabia da inocência de Jesus e compreendeu que era por inveja que os
sacerdotes queriam matá-lo. Por três vezes Pilatos afirma que Jesus era
inocente.
3)
Pilatos temeu e procurou soltar a Jesus (Jo 19.8,12).
4)
Pilatos transferiu a responsabilidade da decisão para Herodes, quando descobriu
que Jesus era da Galiléia (Lc 23.5-12).
5)
Pilatos tentou meias medidas (Lc 23.16,22). Disse que iria castigá-lo e depois
soltá-lo (mesmo sabendo da inocência de Jesus iria açoitá-lo).
6)
Pilatos transferiu novamente o poder de decisão para a multidão. (Mc 15.6-11)
7)
Pilatos cede à pressão da multidão e mesmo contra a voz da consciência, entrega
Jesus para ser crucificado, lavando suas mãos. (Mt 27.24-26)
CONCLUSÃO
Vemos
a injustiça em todos os julgamentos aos quais Jesus foi submetido. Mentiras
foram inventadas, falsas testemunhas levantadas, julgamentos ilegais, medidas
ilegais, inveja, horário inadequado, locais inadequados, pessoas inadequadas;
para afligir e condenar o Filho de Deus. Porém, a soberania de Deus nos mostra
que tudo fazia parte do maravilhoso plano de Deus: salvar a humanidade. Jesus
foi julgado injustamente, mas um dia Ele se assentará para julgar toda a
humanidade, com justiça e retidão, e desse julgamento, ninguém escapará. As
pessoas estarão diante do Tribunal de Cristo para receber seu galardão ou
estarão diante do Trono Branco para receber sua condenação.