terça-feira, 6 de abril de 2021

ESTUDO 44 DE LUCAS: O PAI AMOROSO E OS DOIS FILHOS (LC 15.11-32)

 

 

            A parábola da ovelha perdida é a terceira parábola da trilogia do amor de Deus. O amor de Deus por suas ovelhas é demonstrado de forma gradual iniciando-se com a ovelha perdida, a dracma perdida e culminando com o filho pródigo. Na parábola da ovelha perdida vemos uma ovelha que se perde e distancia-se do bando, ou seja, aquele irmão (a) que realmente sai dos caminhos do Senhor e deixa de frequentar a igreja. Na parábola da dracma perdida vemos uma dracma perdida dentro de sua própria casa, ou seja, dos irmãos que se distanciaram do caminho do Senhor, mas que ainda frequentam a igreja. A parábola do filho pródigo é a última parábola que demonstra de forma grandiosa o amor do Pai, mas com o título impreciso, já que na verdade são citados dois irmãos perdidos que não conheciam o amor do Pai. O primeiro que realmente representa aquele que sai da casa do Senhor. O segundo que representa aqueles que estão na casa do Senhor, porém nãos desfrutam de seu Reino.

 

A PARÁBOLA DO FILHO PERDIDO

 

15.11 Jesus continuou: Um homem tinha dois filhos = o que vemos claramente com este versículo inicial é o Deus Todo-Poderoso do VT, intocável, aquele Deus distante, o Totalmente Outro, sendo aqui no NT chamado de Pai. Um Deus de perto, um Deus que nos faz filhos, um Deus que nos chama para fazer parte de sua família e ainda termos direitos à herança.


15.12a O mais novo disse ao seu pai: ‘Pai, quero a minha parte da herança’= o filho mais novo representa aqueles cristãos que desejam de Deus apenas suas bênçãos. Não desejam realmente conhecer o Pai, desfrutar de sua companhia, ser participante diário de sua convivência. Ele apenas quer receber os bens que ele pode usufruir. Na tradição dos judeus pedir a herança com o pai vivo era um ato abominável, como se o filho desejasse a morte do próprio pai.

 

15.12b Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles= o Pai não nega a bênção para o filho. Porque a bênção do Senhor não ter haver com merecimentos, o pai conhecia o filho e sabia do que iria ocorrer. Ele sabia que o filho não merecia, mas mesmo assim ele entregou, concedeu.

15.13a Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante = Como o filho pródigo diversos crentes agem da mesma forma. Após conseguir de Deus as suas bênçãos, não olham para trás, mas partem em busca de desfrutá-las. Como o filho pródigo muitos se comportam de forma ingrata.

 

15.13b e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente = Longe de Deus sofremos as consequências terríveis da desobediência. Longe de Deus o que temos em nossas mãos estão sem a proteção divina, e o devorador pode agir de forma intensa, como um gafanhoto destruindo uma plantação, ele não para de atacar e devorar até as nossas bênçãos serem extintas.


15.14 Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade = Após nossos bens serem extintos começamos a padecer. Não semeamos, só gastamos e agora padecemos. As necessidades surgirão e no mundo não há quem nos estenda a mão. Enquanto temos tudo temos “amigos” para desfrutar a abundância, quando não temos nada estamos sós para desfrutar o prejuízo.


15.15 Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos. 15.16 Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada = A que situação o ser humano chega longe de Jesus. No mundo sem a proteção do Pai o filho se torna escravo. Começa a passar por necessidades. Conhece a humilhação. Conhece a imundície. É o que Satanás tem reservado para os seus. Não existe amor no mundo. Não existem lugares altos. Não existe suprimento de necessidades. Não existe ombro amigo. Não existe proteção. Somente fachada e falsidade.


15.17 "Caindo em si, ele disse: Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! = Ele cai em si. Ele reconhece o que o mundo faz e a situação de imundície em que vive. Ele se lembra de como era na casa do pai. Ele se lembra da cobertura. Das necessidades supridas. Ele se lembra dos lugares altos em que se assentava. Verdade bíblica: Na casa do Pai há tudo o que eu preciso!


15.18 Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. 15.19 Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’. 15.20a A seguir, levantou-se e foi para seu pai. = Ele após lembrar-se traça um plano em sua mente da atitude correta que deveria tomar. Ele mentaliza o que realmente deveria fazer, mas o melhor, ele não apenas tem consciência ele pratica o que planejou. Ele toma uma atitude, o que a Bíblia chama de verdadeira conversão, o arrependimento voluntário seguido de mudança de caminho. O filho pródigo agora caminha em direção ao Pai.

 

15.20b "Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou. = O imenso amor de Deus é demonstrado aqui. Seu pai não estava com raiva, seu pai não o desprezou, antes correu de braços abertos em direção a seu filho. Notem que não é o filho que corre em direção ao Pai, mas o Pai que corre em direção ao filho. O Pai nos quer sempre. Ele nunca nos lançará fora, e se tivermos que voltar mil vezes para Ele, Ele nos receberá.


15.21 "O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’. = O filho confessa ele olha para si e sente indigno, impuro, sabe que por si mesmo não pode mais apresentar-se como filho. Suas ações o condenam.


15.22 Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. 15.23Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar. 15.24 Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar. = O Pai demonstra aqui maior amor. Ele não apenas recebe o filho de volta, mas entrega para o filho aquilo que ele não merece. Deus entrega para nós aquilo que não merecemos. Roupas novas, lavadas no sangue do cordeiro. Anel de autoridade, para aquele que era imundo, humilhado, que padecia necessidades e se tornara escravo no mundo. Ele nos tira da situação de escravidão e nos leva ao alto cargo de filhos.

15.25a Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. = O outro filho nunca abandonara o pai. Ele ficou na casa e até trabalhava. Contextualizando: Hoje existem pessoas que nunca saíram da igreja. Vão aos cultos e estão na casa do Pai. Até trabalham na seara.

 

15.25b Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. = som de alegria, som das bênçãos dos irmãos, mas isso o incomoda.

15.26 Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. 15.27 Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo’. = O filho que nunca saíra de casa, o irmão que nunca saiu da igreja, quer saber porque o outro recebeu as bênçãos. Ele não compreende e indaga a felicidade alheia.


15.28a O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. = Ele não concorda, ele fica irado, ele não quer participar da alegria do irmão. Ele não desfruta daquele versículo bíblico que diz: “Alegrai com os que se alegram e chorai com os que choram.”

É mais fácil chorar do que se alegrar.

 

15.28b Então seu pai saiu e insistiu com ele. = A alegria do pai é ver todos os seus filhos felizes e desfrutando de suas bênçãos. Ele tem muito, ele tem para todos. Sua fonte é inesgotável. Não é porque Deus abençoou o irmão que não tenha para nós. Tem para todos.


15.29 Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado... = 1ª justificativa falha do filho ao Pai: ele acha que tem obras e por isso merece.

 

15.29 ...como um escravo ao teu serviço = 2ª justificativa falha do filho ao Pai: Ele não se sente filho, acha que é um escravo.

 

15.29 ...e nunca desobedeci às tuas ordens = 3ª justificativa falha do filho ao Pai: Ele acha que não tem erros, acha que nunca desobedeceu, se sente superior ao seu irmão.

 

15.29 ...Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. = 4ª justificativa falha do filho ao Pai: O filho se comporta de forma ingrata e não reconhece tudo o que o Pai já fez em seu favor. Começa a olhar para o que não recebeu, ao invés de agradecer o que já recebeu.

15.30 Mas quando volta para casa esse seu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele! = 5ª justificativa falha do filho ao Pai: Acha que o irmão não é digno e que não merece ser recebido de volta. Preferia que ficasse perdido, ele não tem amor.

 

15.31"Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu.

15.32 Mas nós tínhamos que comemorar e alegrar-nos, porque este seu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado = A verdade final, tanto o que havia deixado o Pai, quanto o que se encontrava com ele não conheciam o seu amor. Não desfrutavam do seu reino. Não comportavam como filhos.

 

CONCLUSÃO

 

É necessário sabermos que o amor de Deus é imensurável, que grandiosas são as suas bênçãos em nosso favor. Somos filhos e temos que nos comportar como filhos. Filhos estão ligados ao Pai, não abandonam a sua casa. É na casa do Pai que eu encontro tudo o que eu preciso. No mundo não há nada para mim. Mas também não adianta eu estar na casa do Pai e não me comportar como filho. Tenho que obedecer, tenho que amar, tenho que me alegrar com os meus irmãos, mas também tenho todo o seu reino para desfrutar. Nós precisamos conhecer esse amor. Nós precisamos desfrutar do que Deus tem para nós. “Tudo o que tenho é seu”, diz o Senhor.