A parábola da ovelha perdida é a
terceira parábola da trilogia do amor de Deus. O amor de Deus por suas ovelhas
é demonstrado de forma gradual iniciando-se com a ovelha perdida, a dracma
perdida e culminando com o filho pródigo. Na parábola da ovelha perdida vemos
uma ovelha que se perde e distancia-se do bando, ou seja, aquele irmão (a) que
realmente sai dos caminhos do Senhor e deixa de frequentar a igreja. Na
parábola da dracma perdida vemos uma dracma perdida dentro de sua própria casa,
ou seja, dos irmãos que se distanciaram do caminho do Senhor, mas que ainda
frequentam a igreja. A parábola do filho pródigo é a última parábola que
demonstra de forma grandiosa o amor do Pai, mas com o título impreciso, já que
na verdade são citados dois irmãos perdidos que não conheciam o amor do Pai. O
primeiro que realmente representa aquele que sai da casa do Senhor. O segundo
que representa aqueles que estão na casa do Senhor, porém nãos desfrutam de seu
Reino.
A
PARÁBOLA DO FILHO PERDIDO
15.11
Jesus continuou: Um homem tinha dois filhos = o que vemos claramente com este
versículo inicial é o Deus Todo-Poderoso do VT, intocável, aquele Deus
distante, o Totalmente Outro, sendo aqui no NT chamado de Pai. Um Deus de
perto, um Deus que nos faz filhos, um Deus que nos chama para fazer parte de
sua família e ainda termos direitos à herança.
15.12a O mais novo disse ao seu pai: ‘Pai, quero a minha parte da herança’= o
filho mais novo representa aqueles cristãos que desejam de Deus apenas suas
bênçãos. Não desejam realmente conhecer o Pai, desfrutar de sua companhia, ser
participante diário de sua convivência. Ele apenas quer receber os bens que ele
pode usufruir. Na tradição dos judeus pedir a herança com o pai vivo era um ato
abominável, como se o filho desejasse a morte do próprio pai.
15.12b
Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles= o Pai não nega a bênção para o
filho. Porque a bênção do Senhor não ter haver com merecimentos, o pai conhecia
o filho e sabia do que iria ocorrer. Ele sabia que o filho não merecia, mas
mesmo assim ele entregou, concedeu.
15.13a
Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma
região distante = Como o filho pródigo diversos crentes agem da mesma forma.
Após conseguir de Deus as suas bênçãos, não olham para trás, mas partem em
busca de desfrutá-las. Como o filho pródigo muitos se comportam de forma
ingrata.
15.13b e
lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente = Longe de Deus sofremos
as consequências terríveis da desobediência. Longe de Deus o que temos em
nossas mãos estão sem a proteção divina, e o devorador pode agir de forma
intensa, como um gafanhoto destruindo uma plantação, ele não para de atacar e
devorar até as nossas bênçãos serem extintas.
15.14 Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e
ele começou a passar necessidade = Após nossos bens serem extintos começamos a
padecer. Não semeamos, só gastamos e agora padecemos. As necessidades surgirão
e no mundo não há quem nos estenda a mão. Enquanto temos tudo temos “amigos”
para desfrutar a abundância, quando não temos nada estamos sós para desfrutar o
prejuízo.
15.15 Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou
para o seu campo a fim de cuidar de porcos. 15.16 Ele desejava encher o
estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe
dava nada = A que situação o ser humano chega longe de Jesus. No mundo sem a
proteção do Pai o filho se torna escravo. Começa a passar por necessidades.
Conhece a humilhação. Conhece a imundície. É o que Satanás tem reservado para
os seus. Não existe amor no mundo. Não existem lugares altos. Não existe
suprimento de necessidades. Não existe ombro amigo. Não existe proteção.
Somente fachada e falsidade.
15.17 "Caindo em si, ele disse: Quantos empregados de meu pai têm comida
de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! = Ele cai em si. Ele reconhece o que o
mundo faz e a situação de imundície em que vive. Ele se lembra de como era na
casa do pai. Ele se lembra da cobertura. Das necessidades supridas. Ele se
lembra dos lugares altos em que se assentava. Verdade bíblica: Na casa do Pai
há tudo o que eu preciso!
15.18 Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei
contra o céu e contra ti. 15.19 Não sou mais digno de ser chamado teu filho;
trata-me como um dos teus empregados’. 15.20a A seguir, levantou-se e foi para
seu pai. = Ele após lembrar-se traça um plano em sua mente da atitude correta
que deveria tomar. Ele mentaliza o que realmente deveria fazer, mas o melhor,
ele não apenas tem consciência ele pratica o que planejou. Ele toma uma
atitude, o que a Bíblia chama de verdadeira conversão, o arrependimento
voluntário seguido de mudança de caminho. O filho pródigo agora caminha em
direção ao Pai.
15.20b
"Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu
filho, e o abraçou e beijou. = O imenso amor de Deus é demonstrado aqui. Seu
pai não estava com raiva, seu pai não o desprezou, antes correu de braços
abertos em direção a seu filho. Notem que não é o filho que corre em direção ao
Pai, mas o Pai que corre em direção ao filho. O Pai nos quer sempre. Ele nunca
nos lançará fora, e se tivermos que voltar mil vezes para Ele, Ele nos
receberá.
15.21 "O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou
mais digno de ser chamado teu filho’. = O filho confessa ele olha para si e
sente indigno, impuro, sabe que por si mesmo não pode mais apresentar-se como
filho. Suas ações o condenam.
15.22 Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e
vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. 15.23Tragam o
novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar. 15.24 Pois este
meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E
começaram a festejar. = O Pai demonstra aqui maior amor. Ele não apenas recebe
o filho de volta, mas entrega para o filho aquilo que ele não merece. Deus
entrega para nós aquilo que não merecemos. Roupas novas, lavadas no sangue do
cordeiro. Anel de autoridade, para aquele que era imundo, humilhado, que
padecia necessidades e se tornara escravo no mundo. Ele nos tira da situação de
escravidão e nos leva ao alto cargo de filhos.
15.25a
Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. = O outro filho nunca
abandonara o pai. Ele ficou na casa e até trabalhava. Contextualizando: Hoje
existem pessoas que nunca saíram da igreja. Vão aos cultos e estão na casa do
Pai. Até trabalham na seara.
15.25b
Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. = som de alegria, som
das bênçãos dos irmãos, mas isso o incomoda.
15.26
Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. 15.27 Este
lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o
recebeu de volta são e salvo’. = O filho que nunca saíra de casa, o irmão que
nunca saiu da igreja, quer saber porque o outro recebeu as bênçãos. Ele não
compreende e indaga a felicidade alheia.
15.28a O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. = Ele não
concorda, ele fica irado, ele não quer participar da alegria do irmão. Ele não
desfruta daquele versículo bíblico que diz: “Alegrai com os que se alegram e
chorai com os que choram.”
É mais
fácil chorar do que se alegrar.
15.28b
Então seu pai saiu e insistiu com ele. = A alegria do pai é ver todos os seus
filhos felizes e desfrutando de suas bênçãos. Ele tem muito, ele tem para
todos. Sua fonte é inesgotável. Não é porque Deus abençoou o irmão que não
tenha para nós. Tem para todos.
15.29 Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado...
= 1ª justificativa falha do filho ao Pai: ele acha que tem obras e por isso
merece.
15.29
...como um escravo ao teu serviço = 2ª justificativa falha do filho ao Pai: Ele
não se sente filho, acha que é um escravo.
15.29
...e nunca desobedeci às tuas ordens = 3ª justificativa falha do filho ao Pai:
Ele acha que não tem erros, acha que nunca desobedeceu, se sente superior ao
seu irmão.
15.29
...Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. =
4ª justificativa falha do filho ao Pai: O filho se comporta de forma ingrata e
não reconhece tudo o que o Pai já fez em seu favor. Começa a olhar para o que
não recebeu, ao invés de agradecer o que já recebeu.
15.30 Mas
quando volta para casa esse seu filho, que esbanjou os teus bens com as
prostitutas, matas o novilho gordo para ele! = 5ª justificativa falha do filho
ao Pai: Acha que o irmão não é digno e que não merece ser recebido de volta.
Preferia que ficasse perdido, ele não tem amor.
15.31"Disse
o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu.
15.32 Mas
nós tínhamos que comemorar e alegrar-nos, porque este seu irmão estava morto e
voltou à vida, estava perdido e foi achado = A verdade final, tanto o que havia
deixado o Pai, quanto o que se encontrava com ele não conheciam o seu amor. Não
desfrutavam do seu reino. Não comportavam como filhos.
CONCLUSÃO
É
necessário sabermos que o amor de Deus é imensurável, que grandiosas são as
suas bênçãos em nosso favor. Somos filhos e temos que nos comportar como
filhos. Filhos estão ligados ao Pai, não abandonam a sua casa. É na casa do Pai
que eu encontro tudo o que eu preciso. No mundo não há nada para mim. Mas
também não adianta eu estar na casa do Pai e não me comportar como filho. Tenho
que obedecer, tenho que amar, tenho que me alegrar com os meus irmãos, mas
também tenho todo o seu reino para desfrutar. Nós precisamos conhecer esse
amor. Nós precisamos desfrutar do que Deus tem para nós. “Tudo o que tenho é
seu”, diz o Senhor.