Gostaria que cada um dos
irmãos analisasse mentalmente a história que inicialmente irei contar. Dois
jovens se conheceram e se apaixonaram. Como um casal de namorados sonhavam em
se casar. Com muita dificuldade trabalharam e cada centavo era economizado para
este propósito. Suas famílias também eram pobres e não podiam ajudar
financeiramente. O enxoval que conseguiram era mínimo. Conseguiram o dinheiro
para casar no civil e sua igreja nada lhe cobrou para realizar este casamento.
As flores vieram do campo. O tapete vermelho era o contra-piso da igreja. O
vestido branco era o mais simples, mas costurado com muito amor por sua mãe.
Enfim, casaram-se. Um barraco de dois cômodos foi seu lindo lar. Pouco tempo
depois o casal recebera o presente de Deus: o terceiro membro da família. Com
mais dificuldade ainda foram comprando o enxoval do bebê. Como não tinham
dinheiro para fazer a ultra-som para detectar o sexo do bebê, o enxoval foi
verde e amarelo. Dependiam de hospitais públicos. Às vezes iam a pé para fazer
a consulta por não terem o dinheiro do ônibus. Muitas vezes o marido deixou de
almoçar no trabalho para comprar as vitaminas que a esposa grávida tinha que
tomar. Numa bela manhã de domingo Beatriz veio ao mundo. A criança, porém não
nasceu saudável, vivia internada e dependente de muitos medicamentos. Seus pais
passavam noites inteiras sem dormir. Tudo o que faziam era em prol daquela
criança. A criança foi crescendo e as dificuldades aumentando. As roupas
compradas eram para Beatriz. O maior pedaço do bife era para Beatriz. O único
pacote de bolacha era para Beatriz. Todos os dias seus pais a levavam para
escola e a buscavam. Nunca voltou só. Em seu aniversário com muita dificuldade
faziam um bolo e compravam o presente. Às vezes parcelavam os presentes, os
materiais de escola, as roupas que ela queria e passavam meses pagando. Quando
cresceu, Beatriz parecia não ter consciência do esforço e do amor de seus pais.
Parecia ser independente. Começou a faltar às aulas, quando sua mãe a deixava
na porta da escola ela fugia pulando o muro. Começou a se envolver com rapazes
de má índole. Começou a usar drogas. Deixou de falar com seus pais. Seus pais
todos os dias a esperavam até que chegasse da rua, mas ela não falava mais com
eles. Durante as refeições comia calada, distante. Sua mãe lavava, passava,
cozinhava, cuidava, continuava comprando seus remédios. Seu pai continuava
trabalhando para lhe fornecer mais coisas ainda. Para que os traficantes não a
matassem seu próprio pai pagava suas contas. Diversas vezes seu pai a buscou na
rua porque não tinha condições de voltar para casa. Seu pai a protegia, a
sustentava, dava-lhe amor, estendia seus braços para receber um abraço, mas ela
o ignorava. Hoje ela ainda não conversa com seus pais. Seus pais que só tiveram
trabalho para criá-la com tanto amor, só receberam o desprezo. Silêncio,
silêncio e silêncio.
Os irmãos podem estar
neste momento pensando: Que tamanha ingratidão! Podem ter uma vontade súbita de
dar uma surra nesta menina para que respeite seus pais. Para que volte a falar
com eles e quebrar todo este silêncio. Mas gostaria de fazer-lhes uma pergunta:
Será que por diversas vezes não nos comportamos como Beatriz diante de Deus?
Será que não estamos sendo filhos rebeldes que após termos sidos criados por
Deus, agora o ignoramos, e ficamos em silêncio? Falamos com Deus através da
oração, e quantas vezes Deus tem nos esperado de braços abertos, e passamos o
dia inteiro o ignorando?
1)
O QUE É ORAÇÃO?
- Orar é o respirar do
cristão;
- É andar de mãos dadas
com Deus;
- É nos achegarmos com
confiança diante do trono da graça;
- “É o suor da alma”,
como afirmava Lutero;
-“É o exercício da fé,
pelo qual, alcançamos os benefícios diários de Deus”, como afirmava Calvino;
- Não é o cumprimento de
um ritual, mas o estabelecer de um relacionamento íntimo e sincero;
-É aproximarmos de Deus
reconhecendo que dele dependemos.
2)
POR QUE ORAR?
2.1 Para nos aproximarmos
de Deus;
“O Senhor está perto de todos os que o invocam, de todos os
que o invoca sinceridade”. (Sl 145.18)
2.2 Para recebermos
direção;
“Eu sei, Senhor, que a vida do homem não lhe pertence; não compete ao
homem dirigir os seus passos.” (Jr 10.23)
2.3 Para que nossas
necessidades sejam supridas;
“O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de
acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus.” (Fp 4.19)
2.4 Para sermos curados;
“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e
sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por
Deus, por ele atingido e afligido. Mas ele foi transpassado por causa das
nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo
que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados.” (Is 53.4,5)
2.5 Para sermos
protegidos;
“Se você fizer do Altíssimo o seu abrigo, do Senhor o seu
refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda. Porque a
seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus
caminhos; com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma
pedra.” (Sl 91. 9-12)
2.6 Para recebermos
socorro na hora da necessidade;
“Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me
vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.” (Sl 121:1-2)
2.7 Para vencer as
tentações;
“Orem para que vocês não caiam em tentação”. (Lc 22.40)
2.8 Para receber
revelação;
“Clame a mim e eu responderei e lhe
direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece. “(Jr 33:3-4)
2.9 Para ajudar outras
pessoas;
“Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a
lei de Cristo.” (Gl 6.2)
2.10 Para demonstrar
gratidão a Deus
“Ofereça a Deus em
sacrifício a sua gratidão, cumpram os seus votos para com o Altíssimo.” (Sl 50.14)
3)
JESUS É O EXEMPLO A SER
SEGUIDO
Em
tudo o que formos fazer de bom nosso exemplo é Jesus. Jesus mesmo sendo Deus,
orou. O que Paulo nos exorta a fazer foi exatamente o que Jesus fez: Orou
incessantemente. Jesus orou de manhã, à tarde, à noite e de madrugada. Orou no
meio da multidão, mas também se recolhia para locais desertos. Orava cansado
após um dia exaustivo de trabalho. Orava por si mesmo, por seus conhecidos e
pelas pessoas que vinham de longe até ele. Fez orações curtas e passou horas
orando. Orava para pedir, mas também para agradecer. Será que não temos um
caminhão de motivos para orar e um exemplo perfeito para seguir?
4)
SEJAM PERSISTENTES NA
ORAÇÃO
“Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será
aberta.” (Mt 7.7)
5)
DEUS RESPONDE NOSSA
ORAÇÃO COM O MELHOR
“Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos,
quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe
pedirem!” (Mt 7.11)
CONCLUSÃO
Não existe hora e nem local correto
para orar. Orem incessantemente. Orem por todos os motivos. Orem porque
precisam de proteção. Orem porque precisam de cura. Orem porque precisam se
aproximar de Deus. Orem porque precisam de direção. Orem porque possuem
necessidades a ser supridas. Orem porque precisam de um socorro. Orem para
vencer as tentações. Orem para passar pelas provações. Orem para ajudar as
outras pessoas. Orem porque necessitam dos benefícios diários. Orem porque são
gratos. Seu Pai está de braços abertos e esperando ouvir sua voz.
“Aproximem-se de Deus e Ele se
aproximará de vocês.” Tg 4.8