Os
mistérios de Deus são bem distantes de tudo o que é terreno, físico e
religioso. Eles são espirituais, com breves lampejos de revelação para os
íntimos.; capazes de aterrorizar até os discípulos mais próximos de Jesus.
Quanto maior intimidade, maior conhecimento acerca de Deus.
1) A promessa: "Garanto-lhes que alguns do que aqui
estão de modo nenhum experimentarão a morte, antes de verem o Reino de Deus
vindo com poder."
Esse versículo causa divergências na interpretação, sendo
que as duas principais são: 1) Trata-se de uma predição da transfiguração que
ocorreu seis dias depois; 2) Refere-se à autoridade e ao reinado de Jesus após
sua ressurreição. Alguns discípulos veriam isso - e até mesmo participariam
desse reinado - conforme a descrição em Atos. O contexto parece favorecer a
primeira interpretação.
2) A revelação
A revelação da transfiguração não ocorre abertamente. Jesus
escolheu Pedro, Tiago e João, os três discípulos que tinham um relacionamento
mais íntimo com o Senhor.
3) A sonolência
Apesar de serem mais íntimos de Jesus, os discípulos eram
frequentemente dominados pelo sono (Lc 9.32). Jesus estava orando, entretanto
os discípulos dormiam. O fato de não estarem orando fez com que os discípulos
se tornassem apenas meros expectadores da glória e não agentes que recebem o poder
de Deus para manifestar a sua glória.
4) Os milagres
a) a transfiguração de Jesus: a aparência de seu rosto se
transformou e suas roupas ficaram alvas e resplandecentes como o brilho de um
relâmpago;
b) a aparição de Moisés e Elias: o legislador e o profeta;
Moisés comparece como representante da antiga aliança da promessa da salvação,
que se cumpriria em Jesus. Elias aparece como o nomeado da restauração (Ml
4.5,6; Mc 9.11-13);
c) a nuvem resplandecente que envolve a todos;
d) a voz de Deus que ecoa: "Este é o meu Filho amado em
quem me agrado. Ouçam-no!"
5) A mensagem
Em
Lucas 9.31 descobrimos que falavam acerca da morte de Jesus: "Apareceram
em glorioso esplendo, e falavam sobre a partida de Jesus, que estava para se
cumprir em Jerusalém."
6) A falta de entendimento
Pedro queria construir estruturas físicas e terrenas para pessoas glorificadas,
uma ideia incoerente e incabível. Jesus precisava terminar sua obra e Elias e
Moisés deveriam retornar. Marcos 9.6 fala que Pedro não sabia o que dizer, estava
apavorado.
7) A nuvem de glória
A nuvem de glória envolveu o lugar, mas os discípulos não se envolveram com
ela. A glória de Deus pode estar no ambiente e as pessoas devido à
incredulidade não se deixarem envolver por ela.
8) A voz de Deus
A voz do céu declara que Jesus não é um mero homem, mas o próprio Filho de
Deus. Um Filho que é amado. Um Filho que é a alegria do Pai. As mesmas palavras
declaradas por Deus durante o batismo de Jesus. (Mt 3.17)
9) A missão de Elias
Elias, João Batista e diversos outros profetas vieram e anunciaram a
necessidade de arrependimento para perdão dos pecados e consequente salvação.
10) O significado da transfiguração
Os três discípulos viram a Jesus glorificado. Uma glória que estava retida
temporariamente pela encarnação de Jesus, mas que estaria plenamente revelada
após sua ressurreição e retorno à terra. Jesus confirmou em ação, o difícil
ensino dado aos discípulos em Cesareia de Felipe (Mt 16.13-20), no qual Pedro
afirmou que Jesus é Cristo, o Filho do Deus Vivo. Também, a transfiguração veio
para render ânimo e disposição aos discípulos diante do que estavam para
enfrentar com a morte de Cristo.
CONCLUSÃO
A transfiguração foi um breve lampejo da glória de Deus. Uma revelação especial
para aqueles que nele esperam, crendo que um dia, também nós, participaremos
desta glória.