Marcos
relata a maldição da figueira e a purificação do Templo como as primeiras ações
de Jesus em Jerusalém, já na segunda-feira. Seu relato revela como Jesus
desafiou abertamente a hipocrisia e o fracasso espiritual das instituições
religiosas que não cumpriram seu papel em levar a nação de Israel a adorar a
Deus. A maldição da figueira sem frutos e a purificação do templo refletem a
condição espiritual da nação, sem frutos e totalmente corrompida.
PONTOS A SEREM CONSIDERADOS SOBRE A FIGUEIRA:
1) TINHA BELA APARÊNCIA
Carregada de folhagem. Bela aparência. Israel, o povo
escolhido de Deus, entre todas as nações. Carregada de instituições religiosas,
fariseus, saduceus, escribas, doutores da Lei, sacerdotes separados. Os demais
povos os viam como um povo diferente, que serviam a um Deus sem imagem.
2) PARECIA SER MELHOR QUE AS OUTRAS
A figueira parecia ser melhor que as outras figueiras, já
que não era tempo de fruto e já possuía folhagens. Entre figueiras secas ela
parecia ter a melhor condição. Refere-se a Israel que apresentava ser melhor
que as outras nações.
3) CHAMAVA ATENÇÃO
Ela chamou a atenção de Jesus. Por seu estado aparente de
destaque entre as demais figueiras, pela promessa de algo mais, pelo desejo de
comer de seu fruto.
4) MAS ERA INFRUTÍFERA
Fazendo propaganda de si mesmo, flertava com os viajantes da
estrada. Tinha aparência, destaque e chamava atenção. Porém, ao se aproximarem
para examiná-la, Jesus descobriu a propaganda enganosa que a figueira fazia
acerca de si mesma. Apesar dos frutos precederem a folhagem e aquela figueira
estar carregada de folhas, era infrutífera. Como muitos no meio evangélico:
muita aparência, destaque e propaganda, mas uma vistoria mais de perto nos traz
a decepção da falta de frutos. Para Jesus não basta ter aparência, tem que ter
frutos.
5) O JUÍZO DA SEQUIDÃO
Jesus não amaldiçoou a figueira para que ela se tornasse
seca, na verdade ela já estava seca e Jesus só trouxe a sequidão à tona. Para
Jesus não bastam folhas. Para Jesus, não basta aparência. E, pior do que não
ter fruto é fingir que os tem. A folhagem afirmava frutos que na verdade não
existiam. A figueira tentava ser quem não era. A hipocrisia foi condenada por
Jesus diversas vezes.
PONTOS A SEREM OBSERVADOS NO TEMPLO:
6) O INTERIOR ESTAVA IMPURO
Partindo de diante da figueira, Jesus entra em Jerusalém e
inicia a purificação do interior do templo. O interior do templo estava
carregado de cambistas e comerciantes que profanavam o templo de Deus. O seu
interior estava cheio de corrupção, ganância, engano, ambição e roubo, com o
consentimento dos doutores da Lei.
7) PERDERA O PROPÓSITO
Jesus disse: "A minha casa será chamada casa de oração
para todas as nações", não está escrito? Ao invés de refúgio espiritual
tornara-se um centro comercial. Quando o verdadeiro propósito da igreja é
perdido, para nada mais serve, como um sal que perde o sabor.
8) NÃO ACEITARAM A AUTORIDADE DE JESUS
Os sacerdotes, os escribas e os anciãos foram até Jesus
questionar-lhe a autoridade. Israel que tanto esperava o Messias, não se
submeteu a sua autoridade, figueira sem frutos, seca, com interior corrompido.
(Mc 11.27,28)
9) MATARAM JESUS EM SUA MENTE, SEU CORAÇÃO E NA CASA DE
ISRAEL FISICAMENTE
"E os principais sacerdotes e escribas ouviram estas
coisas e procuravam um modo de lhe tirar a vida..." (Mc 11.18)
10) REJEITAM A VERDADE PARA VIVER NA MENTIRA
Jesus lhes fez uma pergunta (Mc 11.30) e mesmo sabendo a
resposta verdadeira, mentem dizendo que não sabiam. Israel preferiu viver na
sequidão, na falta de frutos, na aparência e na mentira. Jesus veio para os que
eram seus, mas os seus não o receberam.
CONCLUSÃO
- Jó 14.7-9 diz que há esperança para a árvore seca, que ao
cheiro das águas brotará. Jesus é o manancial de águas e quem dele beber jamais
terá sede (Jo 4.14).
- João 15 diz que Jesus é a videira verdadeira e todo ramo
que nele for enxertado e nele permanecer, poderá dar muitos frutos e abandonar
sua vida infrutífera.
- João 3 também nos afirma que Jesus não muda só a
aparência, mas traz uma renovação interior, tirando toda impureza. Podemos
rejeitar a mentira e viver a verdade, Jo 14.6 diz: "Eu sou o caminho, a
verdade e a vida."