Dentre
os vários discípulos, Jesus escolhe apóstolos. De forma surpreendente,
proposital e graciosa a escolha é feita de forma certeira. A oportunidade de
trabalho na seara de Deus foi dada a homens totalmente diferentes, sem nenhum
dom especial. Jesus ora ao Pai e efetua a sua escolha. Com esses homens Jesus
vai mudar o mundo!
1) JESUS
CHAMA COOPERADORES PARA SUA OBRA DE TRÊS MANEIRAS:
I.
Chamada para a salvação (João 1.35-51)
II.
Chamada para o discipulado (Marcos 1. 16-20)
III.
Chamada para o apostolado (Marcos 3.14-21)
2) OS
APÓSTOLOS FORAM ESCOLHIDOS DENTRE OS DISCÍPULOS
A palavra “discípulos” se refere a
um “aprendiz” ou “seguidor”. A palavra “apóstolo” se refere a “alguém que é
enviado”. Jesus ensinou através de um discipulado, e depois, quando estavam
preparados foram enviados.
3) EXISTEM
CRITÉRIOS PARA SER APÓSTOLO.
Segundo
o pastor Hernandes Dias Lopes: “Jesus só teve doze apóstolos. Os apóstolos
foram os instrumentos para receberem a revelação de Deus e foram inspirados por
Deus para o registro das Escrituras. Não há sucessão apostólica. Os apóstolos
não tiveram sucessores depois que morreram. Um apóstolo precisava ter visto a
Cristo ressurreto (1Co 9.1) e ter sido chamado pelo próprio Cristo (Ef 4.11).
Os apóstolos receberam poder especial para realizar milagres como prova da sua
credencial (At 2.43; 5.12; 2Co 12.12; Hb 2.1-4).”
4) A
ESCOLHA DOS APÓSTOLOS NÃO LEVOU EM CONSIDERAÇÃO MÉRITOS HUMANOS
A lista dos escolhidos por Jesus
para serem apóstolos não é muito impressionante do ponto de vista humano. Jesus
escolheu homens comuns, iletrados, sem riquezas, sem prestígio social. Homens
com ideologias diferentes, temperamentos diferentes, de lugares diferentes e
profissões diferentes. Não eram heróis, mas homens carregados de limitações.
Não foi uma escolha baseada nos méritos humanos, mas na misericórdia e na graça
de Deus.
William Hendriksen diz que o que
realça a grandeza de Jesus é que Ele escolheu homens como esses, e os uniu numa
comunidade impressionadamente influente, que provaria ser não somente um elo
digno com o passado de Israel, mas também um fundamento sólido para a igreja do
futuro. Jesus foi capaz de juntar ao redor de si, e unir em uma família, homens
de criação e temperamento diferentes, às vezes, completamente opostos.
Incluídos nesse pequeno bando estava Pedro, o otimista (Mt 14.28; 26.33,35),
mas também estava Tomé, o pessimista (Jo 11.16; 20.24,25); Simão, o zelote,
inflamado com o alvo de derrubar o poderio romano; mas também Mateus, que era
um funcionário do governo, um coletor de impostos. Pedro, João e Mateus que
estavam destinados a se tornarem famosos pelos seus escritos, mas também Tiago,
o menor, que permanece obscuro e deve ter cumprido a sua missão.
Os
discípulos foram assim descritos por Hernandes Dias Lopes:
Pedro. Chamado Simão, era um pescador
por profissão. Era de Betsaida (Jo 1.44), mas morava em Cafarnaum (1.21,29).
Era um homem que falava sem pensar. Era inconstante, contraditório e
temperamental. No início, não era um bom modelo de firmeza e equilíbrio. Ao
contrário, ele estava constantemente mudando de um extremo para outro. William
Hendriksen diz que ele mudou da confiança para a dúvida (Mt 14.28,30); de uma
profissão de fé clara em Jesus Cristo para a negação desse mesmo Cristo (Mt
16.16,22); de uma declaração veemente de lealdade para uma negação vexatória
(Mt 26.33-35,69-75; Mc 14.29-31,66-72; Lc 22.33,54-62); de “nunca me lavarás os
pés” para “não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça” (Jo 13.8,9).
Vivia sempre nos limites extremos, ora fazendo grandes declarações: “Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo”; ora repreendendo a Cristo. Pedro fazia promessas
ousadas sem poder cumpri-las: “Por ti darei minha vida”, logo depois negou a
Cristo. Pedro, o homem que fala sem pensar, que repreende a Cristo, que dorme
na batalha, que foge e segue a Cristo de longe, que nega a Cristo. Mas Jesus
chama pessoas não por aquilo que elas são, mas por aquilo que elas virão a ser
em suas mãos.
Tiago e João. Eles
eram explosivos, temperamentais, filhos do trovão. Um dia pediram a Jesus para
mandar fogo do céu sobre os samaritanos. Eles eram também gananciosos e amantes
do poder. A mãe deles pediu a Jesus um lugar especial para eles no Reino. Tiago
foi o primeiro a receber a coroa do martírio (At 12.2). Enquanto ele foi o
primeiro a chegar ao céu, o seu irmão, João, foi o último a permanecer na
terra. Enquanto Tiago não escreveu nenhum livro da Bíblia, João escreveu cinco
livros: o evangelho, três epístolas e o Apocalipse.
André. Era um homem que sempre trabalhava nos
bastidores. Foi ele quem levou seu irmão Pedro a Cristo. Foi ele quem disse
para Natanael sobre Jesus. Foi ele quem levou o garoto com um lanche a Jesus.
Filipe. Era um homem cético, racional. Quando
Jesus perguntou: “Onde compraremos pães para lhes dar a comer?” (Jo 6.5). Ele
respondeu: “Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o
seu pedaço” (Jo 6.7). Ele disse: o problema não é ONDE? Mas QUANTO? Quando
Jesus estava ministrando a aula da saudade, no Cenáculo, no último dia, Filipe
levanta a mão no fundo da classe e pergunta: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso
nos basta” (Jo 14.8).
Bartolomeu. Era um homem preconceituoso. Foi
ele quem perguntou: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1.46).
Mateus. Era empregado do império romano,
um coletor de impostos. Era publicano, uma classe repudiada pelos judeus.
Tornou-se o escritor do evangelho mais conhecido no mundo.
Tomé. Era um homem de coração fechado
para crer. Quando Jesus disse: “E vós sabeis o caminho para onde eu vou” (Jo
14.4), Tomé respondeu: “Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o
caminho?” (Jo 14.5). Tomé não creu na ressurreição de Cristo e disse, “[...]se
eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o meu dedo, e não
puser minha mão no seu lado, de modo algum acreditarei” (Jo 20.25). Contudo,
quando o Senhor ressurreto apareceu a ele, Tomé prostrou-se em profunda devoção
e disse: “Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28).
Tiago
filho de Alfeu e Tadeu. Nada
sabemos desses dois apóstolos. Eles faziam parte do grupo. Eles pregaram,
expulsaram demônios, mas nada sabemos mais sobre eles. Eles não se destacaram.
Simão,
o zelote. Ele
era membro de uma seita do judaísmo extremamente nacionalista. Os zelotes eram
aqueles que defendiam a luta armada contra Roma. Eles eram do partido de
esquerda radical. Ele estava no lado oposto de Mateus. Estavam em lados
radicalmente opostos. Os zelotes opunham-se ao pagamento de tributos a Roma e
promoviam rebeliões contra o governo romano.
Judas
Iscariotes. Era
natural da vila de Queriot, localizada no sul da Judéia. Era o único apóstolo
não galileu. Ocupou um lugar de confiança dentro do grupo. Era o tesoureiro do
grupo e administrador do patrimônio do “colégio apostólico”, mas ele não era
convertido. Ele era ladrão e roubava da bolsa (Jo 12.6). Ele vendeu o seu
Senhor por trinta moedas de prata. Judas era mesquinho, infiel, avarento,
traidor e diabólico. Judas foi um instrumento do diabo (Jo 6.70,71). Depois de
ter recebido as trinta moedas de prata como uma recompensa para entregar a
Jesus (14.10,11), Judas ainda teve chance de arrepender-se, pois Jesus disse ao
grupo apostólico: “Um dentre vós me trairá” (Mt 26.21). Mas ele ainda teve a
audácia de perguntar a Jesus: “Porventura, sou eu”? (14.19). Judas serviu de
guia para a soldadesca armada até os dentes que foi prender a Jesus no
Getsêmani (14.43-45), traindo o Filho de Deus com um beijo. Judas traiu a Jesus
e não se arrependeu. Preferiu o suicídio ao arrependimento (Mt 27.3-5; At
1.18). William Hendriksen diz que a tragédia chocante da vida de Judas é prova,
não da fraqueza de Cristo, mas da impenitência do traidor.
5) ANTES
DE ESCOLHER OS APÓSTOLOS JESUS OROU
A
escolha da igreja de Cristo foi feita a partir da vontade do Pai. Jesus passou
a noite orando antes de efetuar a escolha daqueles que iriam perpetuar seus
ensinamentos. Jesus não deixou escritos doutrinários de próprio punho. Ele
faria isso utilizando seus apóstolos.
Num daqueles
dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.
“Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze deles, a quem
também designou como apóstolos” Lucas 6:12,13
6) A
ESCOLHA DOS APÓSTOLOS FOI PROPOSITAL
Escolheu
doze, designando-os como apóstolos, para que estivessem com ele, os enviasse a
pregar e tivessem autoridade para expulsar demônios. Marcos 3:14,15
Jesus
escolheu os apóstolos, primeiramente, para estarem com ele, aprenderem com ele
e para segui-lo. Posteriormente, lhes deu a missão de pregar a palavra de Deus,
já que primeiro é necessário aprender e só depois anunciar. E, por último, lhes
concedeu autoridade e poder para expulsar demônios e fazer sinais.
7) A
ESCOLHA FOI UM SUCESSO
Adolf
Pohl diz que por trás dos doze, estão os 120 de Atos 1.15, os 3.000 de Atos
2.41 e os 5.000 de Atos 4.4, a multidão, para nós incontável de Apocalipse
7.4,9 e, por fim, os povos abençoados na nova terra de Apocalipse 21.3,26. Os
doze, portanto, são o cerne de um Israel restaurado e de uma raça humana
renovada.
CONCLUSÃO
Adolf
Pohl disse que criar um grupo como esse era um risco incrível. Mas em Cristo,
não há galileu nem judeu, nem conservador nem progressista, nem pescador, nem
cobrador, nem zelote. Foi feito algo novo! Assim como os apóstolos, nós também
temos limitações. Somos imperfeitos, temperamentais, erramos, caímos,
tropeçamos. Mas, o poder está em Jesus. Naquele que chama para a obra.
Por isso, devemos ter o nosso coração iluminado para compreendermos o
nosso chamado e da mesma forma que os apóstolos, nos dispormos para a obra do
Reino de Deus:
Oro também
para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês
conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança
dele nos santos Efésios 1:18